Poupança Brasileira: julho registra novo déficit em saques e depósitos

A caderneta de poupança, mesmo após enfrentar o maior volume de saques da sua história no primeiro semestre, apresentou um novo resultado negativo em julho. De acordo com dados divulgados pelo Banco Central na segunda-feira (7), os saques superaram os depósitos em R$ 3,58 bilhões ao longo do mês passado.

Os números apontam que R$ 330,1 bilhões foram retirados, enquanto R$ 226,6 bilhões foram depositados na aplicação preferida dos brasileiros durante julho. Essa perda é a segunda maior para esse mês desde o início da série histórica em 1995, sendo apenas melhor do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando os saques excederam as aplicações em R$ 12,7 bilhões.

O saldo negativo de julho anula o único resultado positivo registrado pela caderneta no ano, ocorrido no mês de junho. Com isso, o acumulado dos sete primeiros meses de 2023 apresenta uma perda total de R$ 70,2 bilhões.

Mesmo com a sequência de déficits desde 2021, a poupança ainda mantém a presença em carteira de um quarto dos brasileiros (26%), conforme apontam os dados do Raio X do Investidor divulgados pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

A redução dos recursos na poupança pode ser atribuída ao baixo retorno oferecido pela aplicação em comparação com outras alternativas de investimento que também proporcionam segurança. Com a taxa básica de juros permanecendo em patamares elevados, a rentabilidade da caderneta corresponde a 0,5% ao mês acrescido do pagamento da taxa referencial, resultando em um retorno médio de 6,34% ao ano.

Na prática, ao investir R$ 1.000 na poupança, o investidor obtém uma rentabilidade bruta estimada em R$ 88,37 ao longo de 12 meses. No mesmo período, o ganho obtido com um título do Tesouro Direto indexado à taxa Selic chega a R$ 137,50.