Precaução em academias e salões não diminuem o risco do coronavírus
Especialista afirma que uso de máscara e distanciamento fisico não são suficientes

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O uso de máscaras, o distanciamento físico e a higienização com álcool em gel minimizam, mas não eliminam o risco de contaminação por coronavírus nos salões de beleza e barbearias. Nas academias, a situação ainda é mais grave. Os frequentadores tocam ou enfrentam com freqüência a remoção ou excesso de suor, saliva ou secreções oculares e encostam nos equipamentos que são usados por outras pessoas, causando a disseminação do vírus.
Essa é a visão de especialistas da área de saúde sobre o decreto publicado pelo presidente Jair Bolsonaro que inclui academias, salões de beleza e barbearias na lista de serviços essenciais e que, portanto, poderiam voltar a funcionar durante a quarentena. O uso de máscara e luvas não elimina o risco de contaminação, na opinião de Eduardo Flores, virologista da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) no Rio Grande do Sul.
“Prova disso é que médicos e enfermeiras, profissionais treinados, também acabam se infectando. O contato entre o profissional e o cliente é muito próximo nos salões de beleza ”, completa o especialista. Embora os especialistas sejam unânimes em afirmar que não há evidências sobre a transmissão do vírus pelo suor, todos consideram as academias locais de alto risco de transmissão do vírus, maior que os salões de beleza.
A maioria dos frequentadores toca o rosto com frequência para remover o excesso de suor, saliva ou secreções oculares. Com isso, toalhas, bebedouros, halteres, barras e todos os equipamentos que foram tocados são passíveis de contaminação. Além disso, as pessoas respiram de forma intensa durante os exercícios e podem transmitir, pela respiração, gotículas com mais força e de forma mais abundante. Com isso, elas podem contaminar o instrutor ou outros clientes. “O risco de uma pessoa transmitir o coronavírus é maior do que de uma pessoa em repouso”, garante Flores.