Preço da carne cai em janeiro com queda no consumo
A previsão é que em fevereiro a demanda e o preço das proteínas animais aumentem
Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil
De acordo com os números de de consultorias e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP (Cepea), o preço das carnes caiu em janeiro em comparação com a disparada de novembro e dezembro de 2019. Contudo, os valores ainda são maiores que os praticados há um ano.
Na cidade de São Paulo, dos 20 cortes mais populares, segundo a Scot Consultoria, quem teve a maior queda foi o filé mignon sem cordão: queda de 8,3%. Porém alguns cortes, como a costela, subiram. Na média, a retração é de 1%.
Segundo o analista de mercado Leandro Bovo, a queda esperada para o mês de janeiro se confirmou sem surpresas, pois a demanda chinesa impede que os valores praticados antes da disparada voltem.
As vendas para o exterior desaceleraram em relação ao último trimestre de 2019. Em janeiro, a expectativa é que as exportações de carne bovina caiam mais de 10% na comparação com dezembro.
No mesmo comparativo de valores dos cortes mais vendidos, a diferença média de janeiro de 2020 para janeiro de 2019 é de mais de 17%, que é uma variação considerada dentro do esperado pelas exportações aquecidas e reajustes que eram esperados na atividade.
Desvalorização é maior na zona rural
Se os preços na cidade ainda estão resistindo a cair, no campo, o efeito é maior para os pecuaristas e frigoríficos. De acordo com o indicador de preços do Cepea para São Paulo, o preço pago pela arroba (15 kg) do boi gordo para o criador caiu 17,5% na comparação com o valor recorde registrado no fim de novembro (R$ 231,35), porém quando comparado há um ano atrás, a alta é de 19,6%.
Vilã da inflação de 2019, a carne bovina chegou a subir 32% no ano. Para fevereiro, a previsão é que o carnaval faça a demanda e o preço das proteínas animais aumentarem, o que pode tirar todo alívio conquistado no mês de janeiro. .