Preço das commodities agrícolas atinge recordes em 2022, aponta Ipea
Custo dos produtos sofre com guerra na Europa e falta de chuvas
Foto: Agência Brasil
Uma técnica elaborada por economistas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgada nesta quinta-feira (28), aponta que os custos das commodities agrícolas no Brasil atingiram recordes nos primeiros meses de 2022. Segundo os dados, a inflação, a crise hídrica no Sul do país, a pandemia e a guerra na Ucrânia influenciam os preços.
O milho, por exemplo, registrou alta tanto no mercado nacional como internacional. Em valores absolutos, a saca da commodity bateu os R$ 100 no primeiro trimestre do ano, recorde da série histórica do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP), iniciada em 1996. A título de comparação, no mesmo período do ano passado, a mesma saca custava cerca de R$ 85.
Assim como o milho, o preço do trigo é pressionado pela guerra na Europa, que dificulta o escoamento das commodities agrícolas. Já a saca da soja, com os maiores patamares da série iniciada pelo Cepea em 1997, se aproxima dos R$ 200 no Brasil. Trata-se de um valor 15% maior, em comparação com o mesmo período do ano passado.
O alto custo do insumo foi impactado principalmente pela falta de chuvas no Sul do país. Já o custo do café aumentou 5,5%, comparando o último trimestre do ano passado com os primeiros três meses de 2022. No entanto, o produto registra a maior alta entre as commodities agrícolas no Brasil quando observado todo o último ano, com uma alta de 105% no mercado interno.