Preços de passagens aéreas disparam no Brasil com alta de 35,24% em 2023
Fatores como baixa oferta, alta demanda e aumento no preço do querosene de aviação contribuem para o encarecimento das viagens
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
As passagens aéreas para viagens entre cidades brasileiras sofreram um aumento significativo de 35,24% entre janeiro e novembro de 2023, conforme apontado pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial do país, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). As informações são do portal R7.
De acordo com a última pesquisa da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) em outubro, o preço médio da passagem aérea atingiu R$ 741,47, após correção pela inflação, representando o maior valor desde o início da análise em 2010. Em comparação com o mesmo mês do ano anterior, o preço médio dos bilhetes era 10,8% menor, totalizando R$ 669,12.
O professor José Carlos de Souza Filho, da FIA Business School, destaca que a baixa oferta de voos em um momento de alta demanda, próximo às férias e com temperaturas elevadas, é um dos fatores que contribuem para o aumento dos preços. Além disso, a elevação do custo do querosene de aviação, mesmo após uma queda de 12,6% em 2023, ainda mantém a variação acumulada em 29,35%, bem acima da inflação do período.
José Carlos ressalta que o setor aéreo continua sendo impactado pela pandemia, mencionando que as restrições em 2020 fecharam aeroportos globalmente, e desde 2022, com a retomada gradual das viagens, as tarifas têm sido afetadas.
Diante do cenário de passagens mais caras, o governo Lula, em conjunto com as companhias aéreas, apresentou um plano para reduzir os preços. O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, enfatiza o esforço coletivo para fortalecer o consumidor, tornando as passagens mais acessíveis.
As principais empresas aéreas, Azul, Gol e Latam, sugeriram mudanças para disponibilizar assentos mais acessíveis a partir de 2024, apresentando planos que envolvem limites de preço, promoções especiais e alterações em programas de fidelidade. O governo também se comprometeu a tomar medidas como a redução do preço do querosene de aviação e a estímulo de novas companhias aéreas no Brasil.
O Ministério de Portos e Aeroportos ainda propõe a utilização do recurso do Fundo Nacional de Aviação Civil como garantia em operações de crédito, investimentos em aeroportos regionais, e medidas para combater o excesso de judicialização no setor aéreo, buscando alternativas para reduzir os custos gerados pela alta judicialização, que chegam a R$ 1 bilhão ao ano para as companhias.