Preços globais dos alimentos registram alta em julho, alerta agência da ONU
Interrupção de iniciativas e restrições nas exportações impactam índice
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Segundo o Índice de Preços de Alimentos da Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO), divulgado nesta sexta-feira (4), os preços globais dos alimentos tiveram um aumento de 1,3% em julho, em comparação com o mês anterior.
Esse crescimento se deve à interrupção da Iniciativa de Grãos do Mar Negro e às restrições nas exportações de arroz impostas pela Índia durante o mesmo período. É a primeira vez em três meses que os custos do produto e do óleo vegetal apresentam uma elevação.
O Brasil e a Argentina são citados como influentes na queda dos preços globais do milho, devido à maior oferta sazonal das safras e uma produção potencialmente maior do que o previsto nos Estados Unidos.
A FAO destaca que em abril houve um aumento nos preços do açúcar, o que contribuiu para a primeira elevação ligeira do índice em um ano.
Após a invasão da Ucrânia pela Rússia, os preços dos alimentos avaliados pela FAO vinham em queda desde os recordes observados no ano passado. No entanto, a interrupção do fornecimento dos dois maiores exportadores globais de trigo, cevada, óleo de girassol e outros produtos básicos acentuou a crise alimentar.
A agência da ONU ressalta a preocupação global, especialmente em nações da África, do Oriente Médio e da Ásia, onde milhões de pessoas enfrentam a fome. A alta nos preços dos alimentos pode impactar negativamente essas regiões.
Com a saída da Rússia do acordo em meados de julho, a FAO alerta para o potencial agravamento dos custos da comida. A iniciativa, apoiada pela ONU e pela Turquia, preocupa a agência em meio à recuperação mundial de choques econômicos que geraram aumento da inflação, pobreza e insegurança alimentar em nações em desenvolvimento dependentes de importações de alimentos.
O índice da FAO aponta ainda um aumento de 1,6% nos preços internacionais do trigo em julho, em relação a junho, marcando o primeiro aumento em nove meses nessa categoria de cereais.