Economia

Brasil retoma compra de energia da usina de Guri na Venezuela

Decreto foi assinado pelo presidente Lula e pelo ministro de Minas e Energia

Por Da Redação
Ás

Brasil retoma compra de energia da usina de Guri na Venezuela

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Lula e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, assinaram nesta sexta-feira (4) um decreto que permite ao Brasil voltar a comprar energia da usina de Guri, na Venezuela.

A decisão visa realizar contratos para trazer energia limpa e renovável da usina de Guri, que desempenhará um papel fundamental para garantir energia barata e sustentável para o estado de Roraima e para todo o Brasil, conforme destacou Silveira.

Com a conexão reestabelecida, a expectativa é que a relação energética entre os países seja mais explorada em breve, favorecendo principalmente o atendimento eletroenergético do estado de Roraima.

Roraima permanece como o único estado ainda desconectado do Sistema Interligado Nacional (SIN), após o fornecimento de energia ter sido interrompido nos primeiros meses de gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro e não retomado desde então. Antes da interrupção, a maior parte do atendimento aos consumidores locais era realizada por meio da transferência de energia de Guri.

Segundo o ministro Silveira, houve um "extremismo ideológico" do governo anterior, resultando em prejuízos para os consumidores brasileiros. A energia proveniente da usina de Guri custa cerca de R$ 100 por megawatt-hora (MWh) e possui benefícios ambientais, sendo totalmente renovável.

Desde o corte do abastecimento, Roraima passou a depender principalmente de usinas térmicas movidas a óleo combustível e gás natural, cujo preço da energia alcança R$ 1.100 por megawatt-hora. Além disso, cerca de 46 caminhões-tanque de óleo são necessários diariamente para abastecer apenas uma dessas usinas.

A usina de Guri possui uma potência instalada de 10.200 megawatts (MW) e está entre as dez maiores do mundo. Através da linha de transmissão que a conecta ao complexo hidrelétrico, é possível escoar até 200 MW para Roraima.

Outro projeto relevante é o "linhão" que conectaria Manaus a Boa Vista, leiloado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) há pouco mais de uma década. Entretanto, as obras nunca foram iniciadas devido ao impacto na terra indígena do povo Waimiri-Atroari.

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