Presidente do Banco Central revela conversa com Caetano Veloso sobre ata do Copom
Segundo Galípolo, Caetano questionou sobre como as atas são feitas e declarou "é que nem fazer poesia"
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Foto: Lula Marques/Agência Brasil/Reprodução/Instagram
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, revelou, nesta quarta-feira (12), que teve uma conversa com o cantor e compositor baiano Caetano Veloso sobre a dificuldade que o órgão tem em se comunicar com a população. A declaração foi realizada em um evento promovido pelo Instituto de Estudos de Política Econômica/Casa das Garças (IEPE/CdG).
Segundo Galípolo, Caetano perguntou sobre como as atas do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC são redigidas. As atas são relatórios que explicam os motivos do órgão de decidir pela redução, manutenção ou aumento da taxa básica de juros (Selic).
"Esses dias, o Caetano Veloso, na genialidade dele, que é absolutamente plena, veio me perguntar de 'forward guidance' [indicações sobre decisões futuras para a taxa de juros] e redação de ata do Copom", começou Galípolo.
"E eu comecei a falar para ele como é que são as escolhas das palavras. Ele falou: 'então é que nem fazer poesia'. Eu falei que tenho certeza que as pessoas não têm o mesmo prazer lendo suas poesias do que a ata do Copom. Mas tem uma arte por trás de escolher as palavras ali [na ata do Copom]", completou.
No evento, Galípolo relatou os desafios que os bancos centrais têm em se comunicar com a população. Ele citou outras instituições e sus alternativas em combater esse problema, como o uso das redes sociais e até mesmo a criação de "jingles".
Inflação acima do teto
O presidente do BC também declarou que a inflação deve permanecer acima do teto do sistema de metas até que o processo de alta dos juros desacelere o ritmo de crescimento da economia do país.
Segundo ele, o Banco Central vai levar o tempo necessário para confirmar uma possível desaceleração da economia. "Nesse período, é natural conviver com inflação fora da meta e expectativa de atividade. É normal que vão surgir discussões como sempre sobre o patamar da taxa de juros", declarou Galípolo.
Ao definir a taxa de juros, o BC busca trazer as projeções de inflação para as metas pré-definidas, com objetivo central de 3%, e teto de 4,5%, nos anos seguintes.