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Economia

Presidente do BC afirma que a taxa de juros alta é resultado das dívidas do governo

Segundo Roberto Campos Neto, a culpa não é do Banco Central

Por Da Redação
Ás

Presidente do BC afirma que a taxa de juros alta é resultado das dívidas do governo

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, transferiu a culpa da taxa de juros estar alta, em 13,75% ao ano desde dezembro de 2021, às dívidas do governo federal. A declaração foi feita em entrevista ao programa Caminhos com Abílio Diniz, da CNN.

“A gente tem que tomar cuidado para não ter uma inversão de valores. Se você, empresário, está tentando pegar um dinheiro e está caro, a culpa não é do BC, porque é malvado, a culpa é do governo, que deve muito. Porque o governo está competindo com você pelo dinheiro que tem disponível para aplicar em projetos. Então, assim, o grande culpado pelos juros estarem altos é que tem alguém competindo pelos mesmos recursos e pagando mais”, disse.

Segundo Campos Neto, se a dívida do governo fosse baixa, "o custo do dinheiro seria mais barato para todo mundo". 
“Quando a gente pensa que o governo faz uma emissão hoje, longa, e paga uma taxa de juro real acima de 6%, isso não tem a ver com o Banco Central, isso é uma percepção de longo prazo e existe um risco que justifique que a taxa de juro real seja 6%”, explicou o presidente da autoridade monetária.

O presidente do BC também comentou sobre a questão da inflação não estar associada à demanda e considerou que isso é uma "falácia". “Acho que tem duas falácias. Primeiro, que a inflação não é de demanda (…) Os componentes de oferta existiram em algum momento, principalmente durante a invasão da Ucrânia, mas eles diminuíram. Hoje, a gente tem claro os componentes de demanda e a gente consegue quantificar, olhando, dependendo do índice ou o que está acontecendo na economia, o que é a demanda e onde que está vindo essa demanda. Essa é a primeira falácia”, rebate Campos Neto.

Uma das condições para a sua permanência no cargo era a autonomia e, segundo ele, essa condição existiu mesmo antes da aprovação da lei de autonomia do Banco Central.

“Umas das condições que eu sempre disse que era fundamentais para a minha permanência é que eu tivesse autonomia. Então, eu sempre tive autonomia desde o começo, mesmo antes de aprovarem a lei de autonomia, nunca teve nenhum tipo de questionamento, nenhum tipo de pressão, sempre fizemos um trabalho técnico”, afirmou.

“Pretendo ficar até o final do mandato, acho que é importante cumprir a missão. A gente sempre quer fazer um mandato na melhor forma possível, fazer uma transição mais suave possível, no momento que tiver de ser feita a transição”, acrescentou.
 

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