Presidente Lula condiciona acordo de livre comércio com União Europeia às condições do Brasil
Participação externa nas compras governamentais é ponto-chave para o presidente
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou na última sexta-feira (2) que só assinará um acordo de livre comércio com a União Europeia se os países envolvidos aceitarem as condições estabelecidas pelo Brasil. Uma das principais exigências é a não permissão de participação externa nas compras governamentais.
Em discurso durante a visita à nova fábrica da Eletra, que produz ônibus elétricos em São Bernardo do Campo (SP), o presidente destacou a importância de apostar nas empresas brasileiras e enfatizou o papel do Estado em garantir a sobrevivência da indústria nacional.
Lula também aproveitou a ocasião para cobrar dos países desenvolvidos os recursos prometidos para auxiliar o Brasil e outras nações em desenvolvimento na proteção das florestas e na redução dos danos ambientais e climáticos. Ele mencionou a espera pelos US$ 100 bilhões prometidos, uma demanda que já havia sido feita durante sua participação no encontro do G7, no Japão, no início de maio. O G7 é composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido.
Acordo de livre comércio
A concretização do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia é uma das principais metas do presidente Lula para o terceiro mandato. As negociações vêm ocorrendo há mais de duas décadas, e Lula expressou sua intenção de finalizar o tratado ainda no primeiro semestre deste ano. No entanto, nos últimos dias, ele tem adotado uma postura mais cautelosa, afirmando que "a proposta ainda é impossível de aceitar".
Embora o acordo de livre comércio tenha sido assinado no início do mandato de Jair Bolsonaro, em 2019, ele ainda aguarda a ratificação para entrar em vigor. Esse processo envolve a aprovação pelos parlamentares de todos os países-membros dos dois blocos econômicos, além de procedimentos internos de ratificação.