Presídios do RS têm risco de falta de água e energia e sofrem com racionamentos
Detentos de unidades prisionais também precisaram ser transferidos por causa das inundações
Foto: Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo (SSPS) - RS
As águas que inundaram o Rio Grande do Sul também atingiram, ao menos, dez presídios em todo o estado. Como consequência, detentos tiveram mudanças na rotina e, além disso, racionamentos foram adotados por diversas unidades prisionais.
Durante este período, ocorreu a mobilização de caminhões pipas, redução na variedade de alimentos e a transferência de mais de mil presos para que eles não morressem afogados durante as inundações.
Além disso, o monitoramento eletrônico dos presos ficou um dia sem funcionar, porque o Centro de Tecnologia da Informação do RS (Procergs), em Porto Alegre, ficou embaixo d'água. Por este motivo, o sistema precisou ser desligado temporariamente para evitar que ocorresse uma pane geral, mas agora já voltou a funcionar normalmente.
O edifício administrativo da antiga penitenciária de Porto Alegre foi transformado em um centro de acolhimento para os familiares dos policiais penais afetados pelas chuvas. A penitenciária, que está passando por reconstrução, foi uma das mais criticadas do Brasil durante a CPI do Sistema Carcerário de 2008 e recentemente teve dois de seus pavilhões demolidos.
A situação mais preocupante, no entanto, aconteceu no complexo prisional de Charqueadas, no Rio Grande do Sul, que abriga cerca de 6 mil detentos. Dentre esses, 1067 precisaram ser transferidos com urgência durante a noite, do Presídio Estadual do Jacuí (PEJ) para a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (PASC), ambos componentes do mesmo complexo.
Atualmente, o alerta maior está voltado para os presídios da Região Sul do estado, localizados nas cidades de Pelotas, São Lourenço, Jaguarão e Rio Grande. Isso porque as águas do Rio Guaíba descem, neste momento, em direção à Lagoa dos Patos, que margeiam todas essas localidades.
Por este motivo, todos esses municípios já entraram em estado de alerta para o risco de inundações como as que ocorreram nas cidades da Região da Serra, Vales e Região Metropolitana.