Prisão de deputado bolsonarista foi também recado para militares, afirma colunista
Silveira foi preso no RJ pela Polícia Federal após divulgar um vídeo no qual fez apologia ao AI-5
Foto: Reprodução
Os ministros do Supremo Tribunal Federal afirmaram que a prisão do deputado federal Daniel Silveira foi um recado aos militares que defendem a pressão feita pelo general Eduardo Villas Bôas sobre a Corte no julgamento da prisão de Lula, em 2018. As informações são da colunista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo.
A polêmica teve início após o livro General Villas Bôas: Conversa com o Comandante, lançado pela Editora FGV a partir de uma longa entrevista dada ao pesquisador Celso Castro, revelar que o ex-comandante do Exército teria planejado com o Alto Comando da Força o tuíte que foi interpretado como pressão para que o Supremo Tribunal Federal (STF) não favorecesse o ex-presidente Lula.
Daniel Silveira atacou o ministro Edson Fachin que fez uma nota repudiando a fala do general. Para os magistrados, tanto a atitude do general quanto a do deputado fazem parte de um mesmo movimento antidemocrático e de ameaça às instituições.
"A harmonia institucional e o respeito à separação dos poderes são valores fundamentais da nossa república. Ao deboche daqueles que deveriam dar o exemplo responda-se com firmeza e senso histórico: Ditadura nunca mais!", escreveu o ministro Gilmar Mendes no Twitter.
Silveira foi preso no Rio de Janeiro pela Polícia Federal após divulgar um vídeo no qual fez apologia ao AI-5, instrumento de repressão mais duro da ditadura militar, e defender a destituição de ministros do STF.