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Procuradoria diz ao Senado que PL que libera compra de vacinas por empresas ofende a Constituição

Órgão acredita que abertura de compras pelo setor privado pode interferir na vacinação do SUS

Por Da Redação
Ás

Procuradoria diz ao Senado que PL que libera compra de vacinas por empresas ofende a Constituição

Foto: Reprodução

A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão publicou nessa quarta-feira (28), ao Senado, uma nota técnica contra o projeto de lei que libera a compra de vacinas contra a Covid-19 por empresas privadas. De acordo com o órgão, o texto dos dispositivos da constituição é contrária as premissas básicas do Sistema Único de Saúde (SUS), interfere na análise de segurança, qualidade e eficácia das vacinas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

“Não é permitido permitir medidas que interfiram na priorização, como permissão para aquisição de imunizantes por instituições privadas”, frisa o órgão.

O texto considera que se a possibilidade de compras privadas de imunizantes for aberta, "fatalmente haveria escape" no esforço que deveria estar totalmente concentrado e direcionado à vacinação dos grupos prioritários. 

“Mesmo que o constituinte tenha assegurado à iniciativa privada a prestação de serviços de saúde (CF / 88, art. 199), essa atuação não pode, e nem deve, prejudicar o sistema público de saúde, o que fatalmente ocorrerá no cenário de escassez global de vacinas contra a covid-19, atualmente vivenciado”, afirma.

“A justificativa não é apenas ética - embora seja necessário -, mas científica. A escolha dos grupos prioritários não é aleatória e existe uma razão específica para que sejam vacinados primariamente", completa.

A Procuradoria aponta que "se as pessoas dispõem de pagar poderem ser vacinadas antes do cronograma de definição definido, acaba-se por implantar uma segunda fila' e considera que caso o SUS tenha que concorrer com o setor privado interno - além de enfrentar a demanda mundial - a vacinação dos grupos prioritários será ainda mais lenta". 

O PL foi aprovado pela Câmara dos Deputados no último dia 7 e ainda vai ser votado pelo Senado Federal.  

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