Produção de veículos em abriu recuou ao nível de 1957
Crise causada pela pandemia do coronavírus zera produção no país
A pandemia do coronavírus tem produzido efeito desastroso sobre a indústria automotiva. Dados divulgados hoje pela Anfavea, associação nacional dos fabricantes de veículos, aponta que em abril a produção de veículos chegou a 1.800 unidades. Este número é 99,3% menor que abril do ano passado.
Este volume é equivalente ao registrado em 1957, quando a indústria automotiva dava seus primeiros passos.
Em uma coletiva de imprensa apresentada via online, onde o Farol da Bahia teve acesso, foram apresentados o balanço do setor automotivo no mês de abril e algumas projeções. Como já era esperado os números refletem o grave impacto econômico causado pela pandemia do novo coronavírus (COVID-19).
“Como já era esperado, a produção caiu muito. Com todas as fabricas fechadas, tivemos apenas 1.800 veículos produzidos. Esse é o pior número desde 1957”, comentou o presidente da entidade Luiz Carlos Moraes.
No último mês foram produzidos 1.847 automóveis, comerciais leves (picapes e furgões), caminhões e ônibus, contra 267.561 no mesmo período no ano passado.
O coronavírus também causou uma queda de 76% nos licenciamentos de veículos, que foram de 231.936 unidades em abril de 2019 para 55.735 em 2020. Em comparação com março, que teve 163.625, a redução foi de 65,9%.
Apesar da situação desastrosa algumas montadoras já iniciaram a retomada da produção. É o caso da Renault, BMW, Scania, Volkswagen (ônibus e caminhões) e Volvo Caminhões. Segundo a entidade, a produção voltará de forma gradual mas o choque de demanda causado pela crise econômica ainda não foi contabilizado.
A exportação também sofreu com a pandemia, segundo o presidente da Anfavea. A queda foi de 79,3% em relação ao mesmo mês de 2019 - com 7.212 unidades, contra 34.905. Quando comparadas com o mês anterior, março, as exportações caíram 76,7%.
Por fim, Moraes sugeriu que os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário se unam para definir “ações coordenadas” no combate à pandemia. O presidente da Anfavea comentou que há um conflito permanente entre os poderes o que atrapalha a previsibilidade da indústria automotiva, o que não positivo para o mercado especialmente em tempos de pandemia.