Produção industrial cai 0,3% em fevereiro, revela IBGE
Setor acumula perdas de 1,8% nos dois primeiros meses do ano
Foto: Mercedes-Benz/Divulgação
A indústria brasileira registrou o segundo mês consecutivo de retração em fevereiro, com um declínio de 0,3%, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (3).
No acumulado dos dois primeiros meses do ano, o setor registra uma queda de 1,8%, evidenciando uma persistente fraqueza na atividade industrial. Essa performance ainda o deixa 1,1% abaixo do nível pré-pandemia, de fevereiro de 2020, e 17,7% abaixo do pico histórico alcançado em maio de 2011.
Em comparação com o mesmo período do ano anterior, houve um avanço de 5,0% na produção industrial em fevereiro, representando a sétima leitura positiva consecutiva. No entanto, os resultados divulgados ficaram abaixo das expectativas de analistas, que projetavam um aumento de 0,3% na base mensal e de 5,6% na base anual, conforme pesquisa da Reuters.
Embora as expectativas apontem para um crescimento da indústria ao longo deste ano, os analistas preveem uma retomada gradual, especialmente nos segmentos dependentes das condições de crédito, favorecida pela redução das taxas de juros. O Banco Central, em sua última decisão, optou por um corte de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, fixando-a em 10,75% ao ano, porém indicou uma postura mais cautelosa em relação a futuras reduções.
O IBGE destacou que, em fevereiro, 10 dos 25 ramos industriais pesquisados apresentaram redução na produção em comparação ao mês anterior. Os principais impactos negativos foram observados nos setores de produtos químicos (-3,5%), indústrias extrativas (-0,9%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-6,0%). Por outro lado, houve aumento na produção de veículos automotores, reboques e carrocerias (6,5%) e de celulose, papel e produtos de papel (5,8%).
Entre as categorias econômicas, apenas os Bens Intermediários apresentaram queda, com uma redução de 1,2%. A fabricação de Bens de Capital aumentou 1,8% no mês, enquanto a de Bens de Consumo cresceu 1,3%.