Produção primária florestal na Bahia registra queda de 33,2% em 2022
Produção florestal baiana atingiu seu menor patamar em 19 anos, gerando R$ 924,8 milhões
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
De acordo com uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (27), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção primária florestal na Bahia, composta pela extração vegetal e pela silvicultura, registrou uma queda significativa de 33,2%, totalizando R$ 924,8 milhões em valor gerado no ano de 2022. Esse declínio marcou a primeira retração na produção florestal baiana após dois anos consecutivos de crescimento. Os números revelam que a Bahia atingiu o seu menor patamar em 19 anos, desde 2003, quando o valor registrado foi de R$ 838,7 milhões.
Essa redução no valor da produção florestal no estado entre 2021 e 2022 pode ser atribuída tanto ao desempenho da silvicultura, que viu seu valor gerado cair após dois anos de crescimento, quanto à extração vegetal, que apresentou um declínio em comparação ao ano anterior.
A Bahia liderou a maior queda no valor da silvicultura no Brasil, com uma retração de 36,7% entre 2021 e 2022, passando de R$ 1,249 bilhão para R$ 790,3 milhões. Mesmo com essa queda, a silvicultura continuou representando uma parte substancial da produção florestal no estado, contribuindo com 85,5% do valor total gerado em 2022. A Bahia manteve a 7ª posição no ranking nacional em valor gerado pela silvicultura.
Em contrapartida, a extração vegetal baiana gerou R$ 134,5 milhões em 2022, apresentando uma queda de 1,3% em relação a 2021, quando registrou R$ 136,2 milhões. Apesar desse resultado negativo, a Bahia subiu da 9ª para a 8ª posição no ranking nacional de valor gerado pela extração vegetal.
Enquanto a Bahia enfrentou uma diminuição na produção florestal em 2022, o Brasil como um todo experimentou um crescimento contínuo pelo terceiro ano consecutivo, atingindo um recorde de R$ 33,7 bilhões em valor gerado pela produção primária florestal em 2022, um aumento de 11,9% em relação ao ano anterior. Esse incremento se deveu a aumentos tanto na extração vegetal (+0,2%, chegando a R$ 6,2 bilhões) quanto na silvicultura, que gerou R$ 27,4 bilhões em 2022, representando um aumento de 14,9% em relação a 2021.
No entanto, devido à retração observada entre 2021 e 2022, a Bahia caiu da 7ª para a 9ª posição entre os estados em valor da produção primária florestal, contribuindo com 2,7% do total nacional. Minas Gerais liderou com R$ 7,6 bilhões (22,5% do total), seguido por Paraná (R$ 5,6 bilhões ou 16,6%) e Rio Grande do Sul (R$ 3,9 bilhões ou 11,5%).
A análise por produto da silvicultura na Bahia revela uma redução no volume de produção em todos os três itens investigados: lenha, carvão e madeira em tora. A produção de madeira em tora da silvicultura na Bahia registrou a maior queda do Brasil, diminuindo para menos da metade, de 11,3 milhões de metros cúbicos (m³) em 2021 para 5,5 milhões de m³ em 2022 (-51,6%). Isso levou a Bahia a descer da 7ª para a 8ª posição entre os maiores produtores de madeira em tora da silvicultura no país.
O valor de produção também teve a queda mais intensa entre os estados, passando de R$ 1,1 bilhão para R$ 624,7 milhões (-43,7% ou menos R$ 485,6 milhões). A retração ocorreu porque os três principais municípios produtores de madeira em tora da silvicultura na Bahia em 2021, Caravelas, Nova Viçosa e Mucuri, não registraram produção em 2022. Santa Cruz Cabrália liderou a produção do estado, com 703,7 mil m³.
Produção de lenha e carvão
A produção baiana de lenha da silvicultura também diminuiu (-5,8%), de 1,218 milhão de m³ para 1,147 milhão de m³ entre 2021 e 2022 (-71,3 mil m³). Mesmo com essa redução, a Bahia permaneceu como o 8º maior produtor de lenha por silvicultura do país em 2022, e o valor gerado pela atividade cresceu 12,6%, totalizando R$ 61,7 milhões.
Quanto à produção de carvão da silvicultura no estado, houve uma diminuição de 2,3% entre 2021 e 2022, alcançando 157.848 toneladas (menos 3.758 t). A Bahia continuou sendo o terceiro maior produtor nacional, ficando atrás de Minas Gerais (6,2 milhões de toneladas) e Maranhão (211.849 t). O valor gerado pela produção de carvão da silvicultura aumentou, passando de R$ 84,1 milhões em 2021 para R$ 104,0 milhões em 2022 (+23,7%).
O município de Entre Rios liderou a produção de lenha (410,6 mil m³) e carvão da silvicultura (73,6 mil toneladas) na Bahia em 2022.