Professor da Unesp suspeito de assédio sexual contra alunas é demitido
Estudantes relatam que docente costumava fazer comentários com conotação sexual durante as aulas
Foto: Arquivo pessoal
A Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Bauru (SP), demitiu um professor por por suspeita de assédio sexual, nesta quinta-feira (18), após a conclusão de um processo administrativo disciplinar. A demissão de Marcelo Magalhães Bulhões foi publicada no diário oficial de São Paulo.
No comunicado, a instituição afirma que a decisão foi "baseada na recomendação fornecida pela comissão processante ao final do processo administrativo disciplinar, no qual o docente teve amplo direito à defesa," e que o "processo seguiu todos os trâmites legais previstos nas normas da Universidade".
Em julho de 2022, três alunas do curso de relações públicas, que não foram identificadas, registraram boletim de ocorrência por importunação sexual na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) contra o professor. As estudantes informaram à polícia que, durante as aulas, Bulhões costumava fazer comentários com conotação sexual.
Os contatos também ocorriam pela internet. Segundo o relato das estudantes, Bulhões dizia que estava interessado em ter relações sexuais com elas. "A verdade é que o nosso desejo não passa", teria dito ele em uma das mensagens enviadas.
O conteúdo de algumas das conversas foi exibido pelas alunas da Unesp em junho de 2022. A divulgação foi feita durante uma manifestação. No mesmo dia do protesto, Bulhões negou as acusações e afirmou que estava sendo vítima de calúnia por parte das estudantes.
Também em julho, a Unesp abriu uma sindicância para apurar a conduta do professor. Na ocasião, o relatório apontou o pedido de abertura do processo administrativo contra Marcelo Bulhões. Em 2017, a universidade já havia apurado denúncias de assédio do docente, mas a sindicância foi arquivada.