Programa Nacional de Imunizações completa 4 meses sem coordenador

O Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, completou quatro meses sem um coordenador nomeado, no último domingo (7). 

A escolha de um nome para ocupar o cargo vem sendo estudado desde o dia 7 de julho, quando a enfermeira Francieli Fantinato, que atuava na função, decidiu deixar o posto. O pedido ocorreu na véspera do depoimento da profissional à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, no Senado Federal.

Em outubro, o pediatra Ricardo Gurgel, que havia sido nomeado no início do mês passado para ocupar o cargo, disse que não assumiria a vaga. Segundo ele, ao se dirigir ao Ministério da Saúde em 28 de outubro, ele soube por um representante da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), que não tomaria posse.

De acordo com Anamélia Lorenzetti Bocca, doutora em imunologia básica e aplicada e professora da Universidade de Brasília, a falta de um nome à frente do Programa Nacional de Imunizações impacta diretamente não só o combate à Covid-19, mas todas as campanhas de vacinação do país.

Ela explica que o coordenador do Programa Nacional de Imunizações é responsável por estabelecer as diretrizes do calendário de vacinação de cada ano. Com a volta das atividades sociais em 2022, a imunização é essencial para evitar disseminação de doenças.

“Em 2022, a gente espera uma redução dos casos de Covid, um aumento das pessoas vacinadas. Por isso, a gente vai ter que retomar a vacinação contra as outras doenças. Com o retorno das crianças pras escolas, essas doenças da primeira infância, como sarampo e rubéola, e outras doenças, como a gripe, precisarão ter a imunização retomada. Se não tivermos um coordenador que prevê como vai ser o calendário de vacinação e das campanhas, teremos um retrocesso na cobertura vacinal do Brasil, que já não está muito boa”, explica.