Projeções para Selic e inflação brasileira se mantêm apesar de variação em julho
Economistas mantêm estimativas para o IPCA deste ano, enquanto dólar em alta gera ajustes nas previsões cambiais
Foto: Reprodução/ Agência Brasil
Os economistas consultados pelo Banco Central (BC) no Boletim Focus divulgado hoje (14), mantiveram suas projeções para a inflação deste ano, apesar da leve variação acima do esperado registrada em julho. O índice oficial de inflação do país, IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), manteve-se estimado em 4,84% para 2023. No entanto, a estimativa para 2024 teve uma leve queda, passando de 3,88% para 3,86%. As projeções para 2025 e 2026 permaneceram estáveis, ambas em 3,5%.
Em anúncio na sexta-feira (11), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicou que o IPCA reverteu a tendência negativa de junho e registrou alta de 0,12% em julho, após uma variação negativa de 0,08% no mês anterior. No entanto, junho ainda marcou o primeiro índice negativo de 2023, refletindo uma deflação não observada desde setembro de 2022, quando a marca foi de -0,29%. A deflação de junho, embora a menor desde 2017, ainda está distante dos -0,68% registrados em julho de 2022, a menor taxa desde 1980.
O acumulado do IPCA no ano é de 2,99%, com os últimos 12 meses apresentando alta de 3,99%, acima dos 3,16% observados no período imediatamente anterior. Esses números aproximam-se da meta de inflação estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2023, de 3,25%, com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Isso significa que o IPCA pode variar entre 1,75% e 4,75% para se manter dentro das metas estabelecidas.
O dado de inflação veio pouco após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduzir, pela primeira vez em três anos, a taxa básica de juros, a Selic, de 13,75% para 13,25% ao ano. Uma semana depois, o mercado revisou a projeção para a Selic em 2023 de 12% para 11,75%, enquanto as estimativas para os anos seguintes permaneceram inalteradas: 9% para 2024, 8,50% para 2025 e 2026.
O Copom também divulgou sua ata recente, confirmando que planeja cortes adicionais de 0,5 ponto percentual em suas próximas reuniões. As projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foram ajustadas para 2,29% em 2023, enquanto permaneceram inalteradas em 1,3%, 1,90% e 2% para os anos seguintes.
Em relação ao câmbio, as projeções foram ajustadas devido à recente valorização do dólar. A estimativa para 2023 subiu de R$ 4,90 para R$ 4,93, e para 2024 permaneceu em R$ 5. As previsões para 2025 e 2026 agora são R$ 5,09 e R$ 5,10, respectivamente, refletindo as incertezas cambiais em meio à volatilidade econômica global.