Proporção da população com anticorpos do coronavírus aumenta em 53%

Estudo foi financiado pelo Ministério da Saúde

Por Da Redação
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Proporção da população com anticorpos do coronavírus aumenta em 53%

Foto: Reprodução/Internet

Um estudo coordenado pelo Centro de Pesquisas Epidemiológicas da UFPel (Universidade Federal de Pelotas) revelou um aumento de 53% em apenas duas semanas na proporção da população com anticorpos para o coronavírus nos principais centros urbanos brasileiros. O dado é resultado da segunda fase da pesquisa financiada pelo Ministério da Saúde.

Os pesquisadores avaliam que esse aumento de 53% foi estatisticamente significativo e é inédito em estudos similares. Para efeito de comparação, na Espanha, um estudo semelhante indicou aumento de apenas 4% entre as duas etapas da pesquisa. Para chegar a este resultado, a pesquisa considerou as 83 cidades em que puderam ser testadas e entrevistadas pelo menos 200 pessoas nas duas fases da pesquisa para estabelecer uma base de comparação.

“Esse aumento lança um alerta sobre a velocidade com que a doença continua se espalhando pelo Brasil. Somos, hoje, o país em que a Covid-19 se expande de forma mais acelerada em todo o mundo”, disse o coordenador geral do estudo e reitor da UFPel, Pedro Hallal. A proporção da população com anticorpos nesses 83 municípios aumentou de 1,7%, na primeira fase, para 2,6%, na segunda fase.

A pesquisa testou se as pessoas tinham anticorpos para a doença, o que significa que já foram ou estão infectadas pelo coronavírus, podendo se tratar de casos assintomáticos. As estatísticas oficiais incluem pessoas que foram testadas, em geral, a partir da apresentação de sintomas. No total, a segunda fase do estudo realizou 31.165 testes e entrevistas de 4 a 7 de junho.

Os dados foram coletados em 133 municípios do país. Em 120 dessas cidades, incluindo 26 das 27 capitais (com exceção de Curitiba), foi possível testar ao menos 200 pessoas, todas selecionadas por sorteio. A primeira fase foi realizada duas semanas antes, de 14 a 21 de maio, com 25.025 testes e entrevistas, sendo que em 90 cidades foi possível testar ao menos 200 participantes.

“Esse avanço metodológico talvez seja o grande destaque da segunda fase da pesquisa. Com um maior número de entrevistas realizadas e de cidades incluídas nas análises, aumenta a nossa capacidade, enquanto epidemiologistas, de interpretar os dados sobre coronavírus no Brasil”, disse Hallal.

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