Proposta do governo federal agrada técnicos da educação, mas professores que podem manter greve
Professores devem manter paralisação
Foto: Reprodução/JoséCruz/AgênciaBrasil
Os acenos do governo na última reunião com os técnicos administrativos foram bem recebidos pela categoria, que pode decidir pelo fim da greve nesta semana. A situação é diferente entre os professores, no entanto, a tendência é que a paralisação continue.
A categoria dos técnicos foi a primeira da educação a entrar em greve, há cerca de 90 dias. O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) apresentou algumas propostas como a possibilidade da progressão na carreira por Reconhecimento de Saberes e Competências, que agradaram os servidores.
As assembleias serão realizadas nesta semana para definir a posição da categoria até a quinta-feira. A expectativa é que seja aprovado o fim da greve caso o Ministério da Educação (MEC) aceite condições já apresentadas ao MGI, que não se opôs às ideias. A diminuição da carga horária de 40 horas semanais para 30 horas e a possibilidade de que os técnicos possam concorrer aos cargos da reitoria nas instituições de ensino, são algumas delas. Se o MEC oficializar essas propostas com prazos definidos para suas implementações haverá a assinatura de acordo e o fim da greve.
Se a proposta for aceita, a categoria não terá aumento neste ano, o que era uma reivindicação. Os reajustes seriam de 9% em 2025 e 5% em 2026. No entanto, os servidores avaliam que conseguiram avanços na reestruturação da carreira com a diminuição do tempo que um servidor leva para chegar ao topo da carreira.
Com os professores, a tendência é que o comando de greve oriente a categoria a rejeitar o acordo. Assim, 64 instituições seguiram com as paralisações já aprovadas. A negociação salarial foi encerrada com a assinatura de um acordo com os Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) no final de maio e que as conversas estão abertas apenas para pautas não-salariais.
A revogação de decisões tomadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro foi proposta na última sexta-feira. O governo acenou com a revogação da portaria 983, que estabeleceu um aumento da carga horária mínima a ser cumprido pelos docentes em sala de aula e, ainda, instituiu obrigatoriamente o controle de frequência por meio do ponto eletrônico. Também ofereceu o fim da instrução normativa 66, que limita promoções e progressões de docentes, segundo os grevistas.