Saúde

Proteína relacionada ao envelhecimento do cérebro é descoberta

Grupo de cientistas brasileiros descobriu diminuição da presença da proteína conforme o ser humano envelhece

Por Da Redação
Ás

Proteína relacionada ao envelhecimento do cérebro é descoberta

Foto: Getty Images

Uma relação entre a proteína lamina B-1 com o envelhecimento do cérebro foi descoberta por um grupo de cientistas brasileiros, em um estudo feito com pesquisadores na Holanda e nos Estados Unidos. O composto é conhecido pela comunidade científica e fica localizado em todo o corpo humano. As informações são da CNN.

O estudo, publicado na revista científica Anging Cell, identificou a presença das proteínas na região cerebral e a diminuição conforme o ser humano fica mais velho. Com o resultado, a expectativa é que este represente um avanço no entendimento do déficit cognitivo.

Até o momento, os cientistas não estudaram cérebros de pacientes com doenças como o Alzheimer e Parkinson para entender a relação com a proteína. No entanto, os estudiosos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) pretendem, a longo prazo, entender a diferenças entre o cérebro de idosos saudáveis e de pessoas da mesma idade com alguma dessas doenças neurodegenerativas.

Os sistemas nervosos de animais também foram analisados para realizar as associações entre a lamina B-1 e o processo de envelhecimento. O projeto pertence à professora do Instituto de Ciências Biomédicas, Flávia Gomes, e a bolsista de pós-doutorado do Ministério da Saúde (Decit), Isadora Matias.

“Nós caracterizamos exatamente o tipo celular afetado pela diminuição dessa proteína: os astrócitos. Eles são células essenciais no funcionamento do sistema nervoso, por conta da formação de memória e de sinapses. Identificar um fenômeno que faz com que essa célula pare de funcionar é uma informação importante, porque isso impacta em entender como acabamos caminhando para um déficit cognitivo”, ressaltou Flávia.

“O que acontece é que, ao longo do envelhecimento, existe uma perda de memória, uma perda cognitiva. O nosso próximo passo, que é exatamente o que a gente está fazendo agora, é tentar reverter esse quadro aumentando essa proteína. Assim, veríamos, por exemplo, se esse animal passa a resgatar a memória”, afirma sobre as possíveis consequências da descoberta.

De acordo com Flávia, para o estudo, será realizado o isolamento em laboratório das células do sistema nervoso do cérebro dos animais, a avaliação de camundongos envelhecidos e a análise do tecido cerebral post-mortem, sendo o último doado por bancos de encéfalos. 

“Os familiares doam o cérebro de pessoas que morreram. São idosos saudáveis e pacientes que faleceram com doenças neurodegenerativas ou doenças do envelhecimento. O banco de cérebros do Brasil, na USP, é um dos maiores do mundo. Isso é algo importante, porque nós não trabalhamos com pessoas vivas”, explicou. 

O artigo foi financiado pelo Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde (Decit/MS); da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ); da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (Capes).

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