PT paga Google para desassociar "Lula" de "Corrupção "
Partido também editou fala de William Bonner
Foto: Reprodução/TV Globo
A campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem adotado estratégias para desvincular o candidato ao Palácio do Planalto de temas ligados à corrupção. Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, o Partido dos Trabalhadores gastou mais de R$ 100 mil em anúncios no YouTube e no Google com defesas de Lula.
Na plataforma de vídeos, a campanha comprou espaço para veicular a edição de um trecho da entrevista que o petista concedeu ao Jornal Nacional na semana passada. O vídeo reproduz a abertura da entrevista em que o jornalista William Bonner relembra os julgamentos do ex-presidente na Lava Jato e o fato de ele ter tido suas condenações anuladas. “O senhor não deve nada à Justiça”, disse Bonner.
No entanto, o vídeo foi editado e a campanha excluiu a pergunta que o jornalista afirmou “que houve corrupção na Petrobras e, segundo a Justiça, com pagamentos a executivos da empresa, a políticos de partidos, como o PT, como o então PMDB e o PP”. Logo depois, Bonner indagou: "Candidato, como é que o senhor vai convencer os eleitores de que esses escândalos não vão se repetir?".
O trecho não aparece na propaganda petista, que encerra com o final da resposta de Lula: "Eu quero voltar à Presidência da República, e qualquer, qualquer hipótese de alguém cometer qualquer crime, por menor ou por maior que seja, essa pessoa será investigada, essa pessoa será julgada, e essa pessoa será punida ou absolvida. É assim que você combate a corrupção num país".
Um acordo feito entre a Globo e os quatro candidatos entrevistados no Jornal Nacional autoriza que trechos da entrevista sejam usados na propaganda eleitoral no rádio, TV e internet. A emissora informou que procurou o PT, que disse que irá retirar a peça editada do ar.