Putin afirma que desenvolvimento de armas hipersônicas será resposta russa às ações da Otan
A declaração foi feita um dia após o governo confirmar um teste bem-sucedido do míssil Zircon, o segundo em duas semanas

Foto: Reprodução/Agência Brasil
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta terça-feira (30) que o desenvolvimento de armas hipersônicas no país será uma resposta às ações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Leste Europeu. A declaração foi feita um dia após o governo confirmar um teste bem-sucedido do míssil Zircon, o segundo em duas semanas.
"Chegou ao ponto de na Polônia e Romênia serem implantados sistemas de defesa contra mísseis. (...) Isso já cria uma ameaça para nós. Isso é um fato óbvio, uma coisa evidente. Em resposta a todos os nossos argumentos e pedidos para não fazerem isso, o que aconteceu? Aquilo que estamos vendo agora. Em resposta, nós somos forçados, quero enfatizar isso, forçados a iniciar o desenvolvimento de armas hipersônicas. Essa é a nossa resposta" disse Putin durante um fórum de investimentos em Moscou, de acordo com a agência Sputnik.
Como informou a Reuters, Putin ainda afirmou que a expansão da infraestrutura militar da Otan na Ucrânia era "uma linha vermelha que ele espera que não seja ultrapassada", e mostrou preocupação com os exercícios militares que estão sendo feitos perto das fronteiras da Rússia. Segundo ele, o país está elaborando um novo míssil hipersônico que pode chegar a mais de 10 mil quilômetros por hora.
A Rússia, que considera a Ucrânia como parte de sua área de influência, por diversas vezes mostrou sua objeção para a possibilidade da entrada de Kiev na Otan, em discussão desde 2008. Hoje, parte do Leste Europeu e dos países bálticos faz parte da aliança, a principal do Ocidente. No entanto, essa presença perto do território russo é vista como provocação por Moscou.
A Ucrânia iniciou, em setembro, uma série de exercícios militares com forças da Otan, com cerca de seis mil militares e que possui operações navais no Mar Negro. As estratégias ocorrem pouco depois da Rússia e da Bielorrússia realizarem um dos maiores exercícios conjuntos na Europa em décadas, agrupando mais de 200 mil integrantes das Forças Armadas dos dois países.