Quase 300 pessoas seguem presas pelos atos de 8 de janeiro

Depois de mais de 110 dias dos atos de 8 de janeiro, 293 pessoas ainda estão presas. Os detidos são investigados por participação nos protestos que culminaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília. No dia dos atos e na manhã seguinte, chegaram a ser presas 2.151 pessoas. 

O número de presos inclui os que foram detidos dentro dos prédios do Congresso, Supremo Tribunal Federal e Palácio do Planalto e os que foram presos por estarem acampados em frente ao Quartel-General do Exército. 

Depois das prisões, as autoridades fizeram o que a Polícia Federal classifica como "a maior operação de polícia judiciária da história" do órgão. Foram identificados todos os manifestantes, passaram a ser realizadas as audiências de custódia e lavrados os autos de prisão em flagrante. A tarefa levou 57 horas e envolveu 550 agentes.

A ordem de prisão partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator das investigações sobre o 8 de janeiro na Corte.

Logo depois dos atos, a PF pediu a liberação de 745 pessoas, por serem idosas ou terem comorbidades. Do grupo, 50 mulheres que estavam com filhos menores de 12 anos foram liberadas. Depois disso, de forma progressiva, Moraes foi concedendo liberdade provisória à maioria dos custodiados.

Atualmente, o número total é de 293 pessoas presas (81 mulheres e 212 homens). A modalidade de prisão é a preventiva, que não tem prazo determinado para durar. Todos os 1.157 que foram liberados responderão em liberdade. 

Até o momento, a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou 1.390 pessoas ao STF pelos atos de 8 de janeiro. A Corte começou a analisar as denúncias em 18 de abril, quando se completaram 100 dias das invasões.

​​​​​​Julgamento

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, votou na sexta-feira (28) a favor de que mais 200 denunciados pelos atos do dia 8 de janeiro, em Brasília, se tornem réus.

A magistrada seguiu o voto do ministro Alexandre de Moraes e estabeleceu o placar de 8 votos a 0. Também votaram no mesmo sentido o relator, Alexandre de Moraes, e os ministros Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Edson Fachin, Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso. Faltam os votos de André Mendonça e Nunes Marques.

O STF formou maioria de votos na quinta-feira (27) para que essas 200 pessoas passem a responder por crimes como associação criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, ameaça, perseguição e incitação ao crime.