Quase 500 mil pessoas se afastaram do trabalho para tratar da saúde mental em 2024
Na comparação com 2023, houve um aumento de 68% nos casos

Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
Quase meio milhão de pessoas se afastaram do trabalho em 2024 para tratar da saúde mental, de acordo com dados do Ministério da Previdência Social. Na comparação com o ano anterior, as 472.328 licenças médicas concedidas representam um aumento de 68%. Esse é o maior número em pelo menos dez anos.
No ano passado, 3,5 milhões de pedidos de licença no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foram motivadas por várias doenças. O benefício é concedido nos casos em que o trabalhador precisa se afastar por mais de 15 dias. Para isso, é necessário passar por uma perícia médico, na qual é declarada qual doença justifica a licença.
Desse total, 472 mil solicitações foram atendidas por questões de saúde mental. No ano anterior, foram 283 mil benefícios concedidos por esse motivo.
O maior número de licenças está nos estados mais populosos como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. No entanto, proporcionalmente, quando consideramos o número de afastamentos em relação à população, os maiores índices foram registrados no Distrito Federal, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.
Perfil dos trabalhadores afastados
De acordo com dados do INSS, a maioria dos trabalhadores afastados é mulher (64%), com idade média de 41 nos, e com quadros de ansiedade e depressão. A média de tempo do afastamento foi de três meses.
Especialistas explicam que mulheres são a maioria por fatores sociais: a sobrecarga de trabalho, a menor remuneração, a responsabilidade do cuidado familiar e a violência.