Quatro em cada dez moradores da região Nordeste estão em busca de imóveis, aponta levantamento
Patamar na região é superior à média nacional, que é de 35%
Foto: Rovena Rosa/Agencia Brasil
Segundo um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) e a Brain Inteligência e Estratégia, apresentado na quarta-feira (01), quatro em cada dez moradores dos estados do Nordeste estão em busca de um novo imóvel, seja para investimento, sair do aluguel ou simplesmente ter um novo lar.
O resultado foi divulgado durante o Webinar, que tinha como tema “Os Desafios do Mercado Imobiliário no Nordeste”.
A pesquisa aponta que o interesse do consumidor nordestino é ao menos 40% superior à média nacional, que é de 35%. Dos nove Estados da região, 3% dos moradores já começaram a visitar stands de vendas, 6% realizam buscas pela internet e 31% ainda não começaram a procura.
Na região, 22% das pessoas com intenção de comprar um novo imóvel pretendem fazer o negócio em até 12 meses, sendo 2% deste total nos próximos seis meses. Outras 48% tem a mesma intenção de compra, mas em um prazo maior: entre 12 e 24 meses e 30% vão levar mais de dois anos.
Sobre o tipo de imóvel, o levantamento apontou que 47% dos nordestinos optam por apartamentos, enquanto 41% preferem por casas ou sobrados, enquanto 19% desejam imóveis em condomínio fechado (19%) ou terrenos (11%).
Desafios
Dentre os desafios no cenário macroeconômico brasileiro que podem ser determinantes na hora da tomada de decisão, é apontado por 50% dos respondentes, o aumento da inflação pode ser um empecilho; já 21% temem o aumento no desemprego; outros 19% acreditam que o cenário econômico complicado em um ano eleitoral impõe cuidados na hora da compra; enquanto 15% creditam a dificuldade a um aumento na taxa de juros para financiamentos, além do baixo crescimento econômico (7%) e pandemia (3%).
"Uma coisa interessante é que no Nordeste se busca mais apartamentos do que casas e, das buscas, 15% são para imóveis residenciais e de lazer", explicou Fabio Tadeu Araújo, CEO da Brain Inteligência e Estratégia.
O presidente da ABRAINC, Luiz França destaca que os dados indicam a perspectiva de um futuro promissor do mercado imobiliário nordestino, que se recupera da crise da Covid-19, e com boas perspectivas de crescimento. Segundo ele, o déficit habitacional no Nordeste corresponde a 27% de todo o território nacional e a diminuição dele, com o consequente desenvolvimento do setor, passa por mudanças nos planos diretores das cidades.
Nos últimos cinco anos, foram lançadas mais de 110 mil unidades habitacionais apenas nas capitais nordestinas. Salvador (BA) concentrou a maioria dos novos lançamentos com 20.571 empreendimentos no período, o que representa 19% do total, ante 18.545 de João Pessoa (PB) e 15.387 de Fortaleza (CE). A capital pernambucana, Recife, teve 13.670 novos imóveis no período, acompanhada de perto por Maceió (AL) 12.449. Fecham a lista São Luís (MA), com 9.392; Teresina (PI), com 8.496, Aracajú (SE), com 6.835 e Natal (RN) tendo 5.615.