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Política

Quem conviveu com Campos Neto por um 1 ano e 4 meses não se opõe a mais 6 meses, diz Lula

Campos Neto deve deixar o cargo ao fim deste ano

Por FolhaPress
Ás

Quem conviveu com Campos Neto por um 1 ano e 4 meses não se opõe a mais 6 meses, diz Lula

Foto: Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou nesta terça-feira (23) que não vai antecipar a indicação do substituto do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, acrescentando que tem "toda a paciência do mundo". Campos Neto deve deixar o cargo ao fim deste ano.

Lula disse ainda que conviveu com o atual presidente da instituição, indicado pelo governo Jair Bolsonaro (PL), por um ano e quatro meses, então "não tem problema viver mais seis".

Por outro lado, o mandatário voltou a criticar a taxa básica de juros, afirmando que Campos Neto precisa saber que é o povo brasileiro e os empresários que pagam por essa situação.

As declarações foram dadas durante café da manhã do presidente com jornalistas que cobrem o cotidiano da Presidência da República. Lula foi então questionado sobre a possibilidade de antecipar a sucessão no Banco Central.

Respondeu então que ainda não tomou uma decisão, mas indicou que essa escolha pode ficar para o fim do ano, quando termina o mandato de Campos Neto. A lei que estabeleceu a autonomia do Banco Central, ainda no governo Bolsonaro, definiu mandato fixo de quatro anos para o presidente da instituição em ciclo não coincidente com o do chefe do Executivo —assim, por dois anos um presidente pode trabalhar com o chefe do BC indicado por seu antecessor.

"Tenho que indicar mais diretores e tenho que indicar o presidente do Banco Central até o final do ano. Só tenho que decidir se vou antecipar ou se deixo para indicar mais próximo do vencimento do mandato do presidente Roberto Campos. Então, quem já conviveu com Roberto Campos um ano e quatro meses, não tem problema viver mais seis meses", afirmou Lula aos jornalistas.

O presidente da República tem a prerrogativa de enviar a indicação do presidente Banco Central ao Senado. Esse nome é então sabatinado e precisa ter sua indicação aprovada pela CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) e pelo plenário da Casa.

Campos Neto tem defendido antecipar o debate sobre a transição e queria que o governo federal escolhesse o próximo presidente do BC entre outubro e novembro, para que haja tempo hábil de o indicado ser sabatinado no Congresso antes do recesso de fim de ano.

Lula também voltou a criticar o patamar da Selic, uma constante em seus discursos desde o início do mandato, o que já rendeu crises com o chefe do BC.

"O mercado está ganhando muito dinheiro com essa taxa de juros. Isso precisa ficar claro para a sociedade. E o presidente do Banco Central tem que saber que quem perde dinheiro com essa taxa de juros alta é o povo brasileiro, são os empresários brasileiros que não conseguem dinheiro para investir. É isso que está em jogo", acrescentou.

Hoje a Selic está a 10,75%, patamar ainda considerado alto pelo governo. Em cerimônia na véspera, Lula disse que não iria repetir as tradicionais críticas às taxas de juros, mas que "todo mundo sabe que está difícil".

"Eu não quero nem falar mal de juros, de outras coisas, se não a manchete do jornal será essa e não o programa Acredita", afirmou o presidente Lula, em referência a programa de crédito lançado na segunda (23).

"Você veja que ninguém falou mal de juro, que ninguém falou mal. Todo mundo sabe que está difícil, mas hoje, aqui, a gente tomou a seguinte decisão: a gente não ficar lamentando o que é difícil, o que a gente não controla. A gente vai fazer aquilo que a gente pode", disse.

No mesmo dia, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto afirmou em evento em São Paulo que o nível de incerteza global reduz previsibilidade de cortes da taxa de juros.

Na última semana, os investidores passaram a precificar corte de apenas 0,25 ponto percentual na Selic em maio, não de 0,50 ponto percentual, como vinha indicando o BC em suas comunicações mais recentes.

Este é o primeiro café do presidente com jornalistas neste ano. Em 2023, foram quatro, dos quais a Folha participou de três -- com exceção do café com mídia chamada independente.

Participam do encontro desta terça: Folha, Estadão, G1, Bloomberg, Valor, Canal Meio, O Globo, BandNews, ICL, Correio Braziliense, Broadcast, Jovem Pan, CBN, Metrópoles, Rádioweb, Reuters, TV Brasil, TV Record, TV Gazeta, My News, Veja, Poder360, UOL, Brasil de Fato, Carta Capital, Jota, DCM, O Tempo, R7, Rede TV, SBT, CNN, Revista Fórum, BBC Brasil, Itatiaia, Meio Norte, GloboNews.

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