'Rei do Lixo' conta com time de advogados renomados para tentar liberdade em Brasília, diz colunista
Ele foi preso após ser acusado de liderar um esquema de desvio de recursos de emendas parlamentares
Foto: Divulgação
O empresário Marcos Moura, conhecido como "Rei do Lixo", contratou um time de advogados que, segundo o blog de Caio Junqueira, da CNN, tenta obter a liberdade dele em Brasília. Ele foi preso pela Polícia Federal (PF) durante a "Operação Overclean", no dia 10 de dezembro, acusado de liderar um esquema de desvio de recursos de emendas parlamentares envolvendo políticos do União Brasil.
Marcos Moura apresentou um habeas corpus, atualmente sob sigilo no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1). A petição foi elaborada pelos advogados José Eduardo Alckmin e Rodrigo Mudrovitsch, que foi um dos principais defensores de investigados na Operação Lava Jato. Em Salvador, o braço operacional da equipe é o advogado baiano Antônio Vieira.
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O habeas corpus do "Rei do Lixo" foi distribuído para a desembargadora Daniele Maranhão, do TRF1. Ela será responsável por decidir a soltura do aliado do ex-prefeito de Salvador e atual vice-presidente nacional do União Brasi, ACM Neto.
Operação Overclean
A Polícia Federal, o Ministério Público Federal (MPF), a Receita Federal do Brasil e a Controladoria-Geral da União realizaram a “Operação Overclean”, em cinco estados brasileiros, contra uma organização criminosa suspeita de atuar em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro.
Segundo informações da PF, são cumpridos 17 mandados de prisão preventiva, 42 mandados de busca e apreensão, além de ordens de sequestro de bens, na Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Também foi ordenado o afastamento de oito servidores públicos.
Conforme a Receita Federal, o esquema foi estruturado para direcionar recursos públicos vindos de emendas parlamentares, convênios para empresas, e pessoas ligadas a administrações municipais.
As investigações contaram com cooperação policial internacional por intermédio da Agência Americana de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations - HSI), e apontam que a organização teria movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão, incluindo R$ 825 milhões em contratos firmados com órgãos públicos, apenas no ano de 2024.
O esquema teria atingido diretamente o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), principalmente na Coordenadoria Estadual da Bahia (CEST- BA), além de outros órgãos públicos.
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