Relação com crédito bancário varia conforme classe social
Estudo reforça importância de inclusão de vulneráveis ao sistema
Foto: Agência Brasil/José Cruz
Um estudo feito pelo banco digital will Bank apresenta resultados sobre o comportamento financeiro de diferentes grupos sociais no Brasil. Os dados destacam que apenas 9,1% das mulheres pretas e pardas pertencentes à classe DE já procuraram empréstimos bancários. Em contraste, esse percentual é mais elevado, atingindo 24,1%, entre homens brancos da classe AB1. Leandro Thot, gerente de marketing da instituição financeira, observa que essas estatísticas apontam para questões relacionadas ao acesso e pertencimento.
"Muita gente não tem acesso a esses serviços. Mas, mesmo que tenha, não consegue ter fluência, não consegue se sentir parte. Isso porque a maioria dos serviços e o modelo vigente foram desenvolvidos para quem está no topo", avalia.
O estudo, intitulado "Dismorfia Financeira do Brasil", fez 2 mil entrevistas com homens e mulheres entre 18 e 40 anos, abrangendo diversos grupos étnicos, estratos sociais e todas as regiões do país. Com base na renda mensal familiar, as classes sociais foram divididas em cinco categorias: AB1 (acima de R$ 10.361,48), B2 (acima de R$ 5.755,23), C1 (acima de R$ 3.276,76), C2 (acima de R$ 1.965,87) e DE (até R$ 900,60).
Os resultados evidenciam que homens brancos da classe AB1 possuem, em média, 5,8 produtos financeiros em uso. Por outro lado, mulheres pretas e pardas da classe DE utilizam, em média, apenas 1,8 produtos financeiros.