Relator da Operação Overclean no STF, Nunes Marques é amigo de empresário suspeito de lavagem de dinheiro e associação criminosa
Apontado como representante do “Jogo do Tigrinho” no Brasil, Fernandinho OGI disse durante depoimento à CPI das Apostas que é amigo de longa data do ministro Nunes Marques

Foto: Nunes Marques e Fernandinho OGI - Reprodução Agência Brasil
O ministro Kassio Nunes Marques, relator do inquérito da Operação Overclean no Supremo Tribunal Federal (STF), é amigo do empresário Fernando Oliveira Lima, conhecido como Fernandin OIG, CEO da One Internet Group (OIG). O empresário teve o nome incluído no relatório final da CPI das Apostas, sob suspeita de lavagem de dinheiro e associação criminosa.
A relação entre ambos foi citada em uma reportagem da Revista Piauí, publicada nesta sexta-feira (4).
Apontado como representante do “Jogo do Tigrinho” no Brasil, Fernandinho disse durante depoimento à CPI das Apostas que é amigo de longa data do ministro Nunes Marques.
“De mais de dez anos atrás, de lá do Piauí, de panelada, de comer buchada de bode e galinha caipira” , afirmou.
Ao colegiado, o empresário também confirmou que deu uma carona a Nunes Marques até a ilha de Mykonos, na Grécia, onde ambos participaram da festa de aniversário do cantor Gusttavo Lima.
A proximidade entre o empresário investigado e o ministro relator da Operação Overclean, que apura desvios de emendas parlamentares na Bahia e irregularidades em contratos com o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), gera questionamentos sobre a imparcialidade do processo.
A Polícia Federal, inclusive, já solicitou que a relatoria da operação fosse transferida para o ministro Flávio Dino, responsável por outras investigações ligadas a emendas parlamentares. O pedido, no entanto, foi negado pelo presidente do STF, Luís Roberto Barroso.
Operação Overclean no STF
A Operação Overclean chegou ao STF após a Polícia Federal encontrar indícios de envolvimento do deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil-BA).
As investigações apontam que os empresários Alex Rezende Parente, José Marcos de Moura, também conhecido como Rei do Lixo, e Lucas Lobão, que chefiou o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) durante o governo Jair Bolsonaro (PL), liderariam um esquema criminoso.
A organização é suspeita de movimentar cerca de R$ 1,4 bilhão por meio de contratos fraudulentos e obras superfaturadas.
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