Renan pede colaboração de delegados da PF para realizar analise de documentos da CPI da Covid
Relator da comissão buscou orientação sobre tema com Alexandre de Moraes

Foto: Reprodução/InfoMoney
O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), pretende chamar os delegados da Polícia Federal (PF) que atuam nos inquéritos dos atos antidemocráticos e das fake news para ajudar na análise de documentos, a fim de analisar se o governo contribuiu de alguma forma na propagação de fake news durante a pandemia. De acordo com o jornal O Globo, um dos principais objetivos é verificar quem financiou a elaboração dos materiais.
Renan buscou orientação num contato telefônico feito com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator das investigações na Corte. No contato, Alexandre sinalizou que está disposto a contribuir com os trabalhos da comissão. O relator resistiu a solicitar o apoio da PF no início dos trabalhos, como teria direito, por receio de que a PF pudesse interferir na CPI de alguma forma e até compartilhar informações com o governo.
Além disso, parlamentares receberam informações de que alguns delegados federais temiam receio de retaliação na corporação, subordinada ao Ministério da Justiça. Para Renan e aliados, é importante enfrentar o tema das fake news antes da eleição. Para eles, esta é a "última chance" de buscar provas sobre o tema e tentar mudar a atuação desses grupos antes das próximas eleições, em 2022.
Há, ainda, a hipótese de haver alguma conexão com auxiliares do Palácio do Planalto, que já foram alvo de pedidos de convocação e até quebra de sigilo telefônico. Para auxiliar nas investigações, o senador solicitou ao presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), a cessão de dois policiais federais. O pedido foi aceito, e a expectativa é que dois policiais federais indicados por Renan sejam cedidos (embora caiba à PF dar a palavra final sobre quais serão os agentes cedidos).