Rendimento médio dos trabalhadores baianos caiu 12,4%, aponta IBGE
Apesar da taxa de desocupação ter recuado, renda foi a menor em nove anos
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), divulgada nesta quinta-feira (24) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que o rendimento médio real dos trabalhadores da Bahia caiu 12,4% entre 2020 e 2021, o menor em nove anos.
Mesmo com o recuo da taxa de desocupação média no estado em 2021, que ficou em 19,5% — no ano anterior (2020) o percentual era de 20,3% — o rendimento médio real (descontados os efeitos da inflação) mensal recebido por todos os trabalhos na Bahia, no ano passado, ficou em R$ 1.661, mostrando recuo de 12,4% frente ao valor de 2020 (R$ 1.895).
A diminuição no rendimento médio dos trabalhadores na Bahia fez com que a massa de rendimento real habitual de todos os trabalhos no estado caísse em 2021 (-6,3% frente a 2020), mesmo com o crescimento da população ocupada — a taxa de desocupação cedeu devido ao aumento recorde no número de pessoas trabalhando (+7,5%), que chegou a 5,587 milhões — chegando ao menor patamar nos nove anos da série história: R$ 8,898 bi.
A massa de rendimento se refere à soma dos rendimentos de trabalho de todas as pessoas ocupadas. Indica o volume de dinheiro em circulação no estado.
Essa redução do rendimento médio no estado pode ser explicada, principalmente, pelo crescimento de trabalhadores informais, que geralmente possuem as remunerações mais baixas, mas a inflação também é grande contribuinte dessa porcentagem.
Com esses números, entre 2020 e 2021, o rendimento médio mensal dos trabalhadores baianos passou de quarto para terceiro mais baixo do país, acima apenas dos registrados no Maranhão (R$ 1.550) e no Piauí (R$ 1.651). No ano passado, estava 35,8% abaixo do valor nacional (R$ 2.587) e era menos da metade do rendimento do Distrito Federal, o maior do país (R$ 4.391).