Resiliência e senso de comunidade
Confira nosso último editorial de 2020

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Foi-se o mundo pré pandemia; o mundo mudou, as relações mudaram, seja pela simples mudança nos hábitos de higiene, pela aspereza de encarar a passagem de alguém próximo ou mesmo por sobreviver à própria doença.
É um processo de interiorização individual, sem dúvida, em que cada pessoa dita as regras como preferir seguir em frente. Pode-se, sim, escolher mudar a forma como vislumbrar este futuro, este 2021, por exemplo, valorizando coisas simples, como um abraço ou estar com os amigos e a família, ou buscando viver com mais empatia e com um senso de comunidade mais amplo.
O tumultuado 2020, no entanto, escancarou algumas urgências, como deixar o individualismo de lado e desembaçar a visão para uma sociedade desigual, com uma parcela enorme que é carente. A solidariedade coloca-se, para o ano vindouro, mais altiva do que nunca.
Pois é, a humanidade percebeu durante essa pandemia que ainda é falha demais de um senso de comunidade.
A polarização do entendimento de pandemia, o respeito às medidas de isolamento social e, claro, a politização da covid-19 – e agora da vacina contra a doença – são apenas alguns aspectos lamentáveis que devem ser corrigidos, e a virada de ano é um momento simbólico e sugestivo.
No entanto, não devemos criar a expectativa de que a simples mudança no calendário deverá acarretar uma mudança em nossas vidas. O momento é de resiliência e buscar nesse novo ano significados que nos mantenham saudáveis fisicamente e psicologicamente até estarmos imunes ao vírus.