Restrições à participação feminina na linha de frente do Exército é justificado por 'fisiologia feminina'
Muitos países no mundo já contam com a presença feminina nos combates
Foto: Michel Gawendo/CNN
Enquanto o Brasil debate a participação de mulheres em funções de combate nas Forças Armadas, muitos países ao redor do mundo já contam com a presença feminina na linha de frente há pelo menos 40 anos. Países como França, Alemanha, Dinamarca, Holanda, Nova Zelândia, Polônia, Suécia, Austrália, Finlândia, Índia, Canadá e Noruega têm mulheres ocupando postos de combate em suas forças armadas.
A Noruega se destaca como pioneira, liberando mulheres para unidades de combate em 1985 e adotando uma política de recrutamento militar de gênero neutro em 2013. O Exército norueguês possui uma unidade de combate exclusivamente feminina, chamada Jegertroppen, especializada em operações especiais.
Em contraste, Estados Unidos e Reino Unido só eliminaram as restrições à participação feminina na linha de frente em 2013 e 2018, respectivamente. No Brasil, as Forças Armadas mantêm restrições à participação feminina em várias áreas, alegando que a "fisiologia feminina" pode limitar o desempenho em operações de combate.
“É necessário reconhecer que a fisiologia feminina, refletida na execução de tarefas específicas na zona de combate, pode comprometer o desempenho militar em operações de combate, dependendo do ambiente operacional”, diz o parecer do Exército enviado à CNN.
“Baixo nível de aptidão física […] expõe aqueles menos preparados a riscos, limita a prontidão da unidade, aumenta o número de hospitalizações e de afastamento das atividades funcionais. Os estudos também demonstram que as mulheres militares podem ter duas a três vezes mais chance de terem lesões e fraturas”, completa.