Retorno do ministério da Segurança Pública não é consenso no momento
André Mendonça disse que a criação ou não da Pasta não é o mais importante

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O retorno do ministério da Segurança Pública - separado do Ministério da Justiça - não é consenso no momento. Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (10), no Palácio do Planalto, o ministro da Justiça, André Mendonça, disse que a criação ou não da Pasta não é o mais importante, mas sim se a política de segurança pública vem sendo realizada e garantiu que há todo suporte para a área em sua gestão.
"A política de segurança tem que ser construída com os estados e estamos procurando o diálogo e a construção conjunta, a formatação se torna secundária a partir deste trabalho. Não há um debate hoje sobre divisão internamente, mas é legítimo se debater o assunto. Agora, pra nós, o foco está sendo construir dentro do que temos hoje e podemos fazer com gestão para que a segurança pública seja bem atendida", colocou o ministro. "Não há hoje texto de Medida Provisória que trate de divisão de ministério", ressaltou.
Na mesma entrevista, o presidente do Colégio de Secretários de Segurança Pública, Cristiano Barbosa Sampaio, adicionou que o principal é a garantia de uma interlocução com o ministro, o que entende que tem melhorado. De toda forma, Sampaio entende que a volta da Pasta seria um "avanço", mas que é uma decisão do Executivo. Na avaliação dele, se o ministério da Segurança Pública retornar, é necessário que fiquem à frente dele pessoas que tenham "vivência", "experiência" e "visão ampla" na área.
Segundo Sampaio, não há nomes favoritos para ministro, mas não haveria resistência ao do ex-deputado federal Alberto Fraga, defendido pela bancada da Segurança Pública da Câmara, conhecida como "bancada da bala".
Uma das preocupações é que, se houver a separação, com qual pasta ficaria a Polícia Federal, cuja independência tem sido foco das atenções desde a saída do ex-ministro Sergio Moro, que acusou Jair Bolsonaro de supostamente querer trocar o comando para interferir politicamente no órgão. O debate tem se acentuado com a antecipação, por parte da deputada federal bolsonarista, Carla Zambelli, de operações da PF.