Robô do INSS é responsável por até 4 de cada 10 aposentadorias
O processo automatizado libera a solicitação em segundos, caso dados e tempo de contribuição estiverem ok
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O robô do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) já decide ao menos um terço dos pedidos de aposentadoria, pensão e auxílios feitos ao órgão. Entre fevereiro e maio deste ano, ele foi responsável por quatro das 10 concessões feitas. As informações são da coluna Tilt, do Uol.
No lugar de humanos, o processo automatizado libera a solicitação em segundos se dados e tempo necessário de contribuição estiverem ok. Se, por um lado, a adoção do robô agiliza o processo e tenta reduzir a imensa fila de pedidos, por outro, especialistas previdenciários ouvidos por Tilt apontam que:
- o sistema recusa sumariamente pedidos por falta de documento; o INSS nega, dizendo que a taxa de concessão se manteve nos mesmos índices históricos, de 50%;
- trata-se de um procedimento complexo e excludente, que não observa o alto analfabetismo digital entre idosos no país;
- o atendimento presencial para retirar dúvidas foi comprometido com a perda de mais da metade do efetivo do INSS nos últimos anos - sem contar a falta de peritos.
Especialistas ouvidos por Tilt contam que a aposentadoria só sai em casos em que o processo é perfeito. Ou seja:
- sem inconsistências no CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais): todas as datas de entrada e saída de empregos e o salário de contribuição, por exemplo, foram inseridos corretamente no sistema.
- sem vínculos abertos: registro correto de saída de um emprego, para evitar que, entendendo erradamente que o contribuinte está trabalhando, o sistema deixe de conceder o benefício.
Estima-se que a fila da aposentadoria tenha 1,7 milhão de pessoas, enquanto a de análise de tarefas pendentes tenha 7,6 milhões.