Política

Rodrigo Maia diz ser "radicalmente contra" prorrogação de mandatos

"A questão é muito sensível para a nossa democracia", ponderou

Por Juliana Dias
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Rodrigo Maia diz ser "radicalmente contra" prorrogação de mandatos

Foto: Reprodução

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse nesta quinta-feira (21) que o parlamento segue nas discussões em relação à possibilidade de adiar as eleições para prefeitos e vereadores neste ano, mas que, ele é "radicalmente contra a prorrogação de mandato". Ele explicou que sequer existe previsão na Constituição Federal de que mandatários possam continuar após 1º de janeiro e que leis locais preveem, em alguns casos, quem assumiria o cargo caso não hajam eleições.

"É muito sensível do ponto de vista constitucional abrir esta janela [prorrogar mandatos], a questão é muito sensível para a nossa democracia", ponderou.

Caso haja mudança no calendário eleitoral, algumas datas em discussão para a realização do primeiro turno seriam 15 de novembro ou 6 de dezembro, adiantou.

Rodrigo Maia esteve nesta manhã com o presidente Jair Bolsonaro e avalia que a reunião desta quinta do presidente da República com governadores de todo o país traz uma sinalização de que o caminho para o diálogo está aberto. Maia entende que apesar de pontos de vistas diferentes, há pontos de convergência que precisam ser priorizados na condução de ações durante à pandemia da Covid-19 no Brasil. 

O presidente da Câmara ressaltou que é uma preocupação comum evitar o "colapso" nos sistemas de saúde e que é importante que Bolsonaro ouça  porquê os governadores adotaram, em cada caso, os graus de isolamento social para entender suas motivações. Para Maia, o isolamento é o "caminho correto", pois evita contaminações e mortes por conta da infecção pelo novo vírus e também o excesso de pessoas internadas, o que aumentaria a taxa de letalidade por outras enfermidades também. Maia ainda explicou que os problemas econômicos atingiram o mundo todo, mas os países que levaram a sério o isolamento perderam menos vidas

"O problema econômico vai existir, cabe ao Estado organizar a redução da perda e a recuperação no pós-pandemia. As vidas não voltam, a gente tem que trabalhar na garantia das vidas", opinou.

No encontro com Bolsonaro, Maia teria pedido ao presidente da República que considere também ampliar o prazo das inscrições para o Enem, que terá a data da prova adiada em até 60 dias. Até agora, os prazos se encerram nesta sexta (22).

Sobre o projeto que auxilia financeiramente os Estados, municípios e Distrito Federal, Maia estimou que depois da conversa desta manhã entre Bolsonaro e os governadores, o dinheiro deva ser liberado ainda dentro deste mês. De acordo com ele, isto garantirá que seja mantido o pagamento da folha dos funcionários públicos. Sobre o congelamento de salários dos servidores por 18 meses, Maia afirmou que a queda de arrecadação é "uma trava simbólica importante" que não permitirá que sejam dados aumentos ou reajustes.

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