Rui afirma que Estado e municípios já realizam descarte do óleo retirado
Governador pede “especialistas” ao governo federal e Marinha para agilizar a limpeza

Foto: Gilberto Júnior / Farol da Bahia
Em busca de solução para o óleo que atinge o litoral nordestino desde o início de setembro, o governador Rui Costa se reuniu na tarde desta segunda-feira (21) com o vice-almirante André Luiz Santana, comandante do 2º Distrito Naval, junto ao ministro de Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, e membros do Grupo de Acompanhamento do Plano Nacional de Contingência do Derramamento de Óleo no Litoral Nordestino. O Estado pede um grupo de especialistas da Marinha para observar in loco o estrago ocasionado pelas manchas de óleo e, segundo Rui, o governo já faz o descarte de todo material recolhido das praias baianas.
O encontro, que aconteceu no Comando do 2º Distrito Naval, no bairro do Comércio, em Salvador, serviu para chegar a um entendimento no que pode ser feito para conter que o óleo se espalhe por mais praias do estado. De acordo com Rui, o encontro aconteceu numa “relação republicana” entre o Estado da Bahia, o governo e a Marinha, em alusão às diferenças partidárias deixadas de lado para tratar do assunto.
À imprensa, ao término do encontro, Rui reafirmou a incerteza sobre a origem e quando começou a chegar óleo ao litoral nordestino. “A Marinha disse que é um caso singular e que não conseguem localizar as manchas pela densidade. Ficam pouco submersas e só é possível captar quando ela toca na areia”.
Outra preocupação do governo baiano em relação ao desastre, comenta Rui, diz respeito à preservação dos mananciais de reprodução da vida marinha, “especialmente nos manguezais, uma área muito difícil de retirar óleo”. De acordo o governador, dos nove estuários do litoral norte, seis já foram contaminados com óleo.
Para agilizar o processo de limpeza, Rui revela que solicitou ao governo e à Marinha na reunião desta segunda-feira a vinda de especialistas para tentar ajudar na limpeza das praias. “Solicitamos que indiquem especialistas que possam visitar in loco estes estuários, primeiro para saber se tem uma solução técnica de limpeza além da limpeza manual, existe algum tipo de substância natural, algum produto natural, que possa absorver o óleo? É uma indagação para tomar uma decisão de como agir”.
Um segundo questionamento levantado na reunião, revelou o governador, é verificar se cabe ao Estado comprar barreiras e quais tipos seriam viáveis para colocar e evitar novas contaminações. “O Estado sempre pode comprar, eu preciso ter orientação técnica. A Bahia não tem especialista em petróleo. A responsabilidade por tratar óleo no mar não compete aos estados e municípios”, alegou.
Questionado sobre o descarte do material já retirado das praias, Rui afirmou que já é realizado e containers foram entregues a municípios para receber o óleo. “O descarte será processado por uma empresa, amanhã começa o recolhimento para que isso não fique vulnerável à população”.
Toda a despesa do descarte, afirma Rui, é momentaneamente feita pelos municípios e pelo estado. “Achando o responsável, vão mandar a conta. Mas, por enquanto, não podemos ficar indecisos, perguntando quem vai pagar conta. Temos que tomar providência e já estamos fazendo. Depois, descobrindo o causador, ele será responsabilizado”.