Rússia lança o ‘maior ataque aéreo’ contra a Ucrânia desde o início da guerra e deixa 23 feridos

A Rússia lançou o maior ataque aéreo contra a Ucrânia desde o início da guerra entre a noite de quinta (3) e a madrugada desta sexta-feira (4). Conforme divulgado por autoridades ucranianas, o ataque aconteceu em uma ação coordenada com 539 drones e 11 mísseis e deixou ao menos 23 pessoas feridas.

O bombardeio acontece um dia após o telefonema entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump e o representante russo, Vladimir Putin, onde não obtiveram avanços no diálogo, segundo o republicano. Uma conversa entre Trump e o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky estava agendada para algumas horas após o ataque.

Segundo a Força Aérea da Ucrânia, esse é o maior ataque lançado em relação ao número de projéteis disparados em uma única onda. Zelensky contou, na rede social X, que 270 dos dispositivos foram abatidos, enquanto 208 drones foram neutralizados por meio de guerra eletrônica.

Kiev foi o principal alvo da investida ucraniana, onde dezenas de pessoas se refugiaram em estações de metrô, segundo Zelensky, mas também houveram ataques nas regiões de Dnipro, Sumy, Kharkiv e Chernihiv.

As autoridades ucranianas afirmam que os feridos não foram atingidos apenas pelos projéteis, mas também por impactos indiretos, de partes dos equipamentos que foram abatidos.

Conforme divulgado pela agência de notícias francesa AFB, a Rússia tem intensificado os ataques aéreos contra a Ucrânia nas últimas semanas, tendo disparado um número recorde de mísseis e drones contra o país em junho, por conta do fracasso nas negociações diretas entre os países.

O Kremlin afirmou, que no telefonema com Trump, Putin disse que estava disposto a manter negociações, mas que "alcançará os objetivos que estabeleceu" no campo de batalha.

Após a ligação, Trump apresentou frustração e disse que Putin não pretende parar com os ataques. 

Posição ucraniana

A Ucrânia também intensificou ataques a drone contra a Rússia, e conseguiu infligir certo dano em território inimigo, mas aparece em desvantagem, perdendo terreno na linha de frente, e sob risco de sofrer uma forte baixa nos estoques de armamentos, após a suspensão de envio de armas dos EUA.

Autoridades de Kiev defendem, através de manifestações, a necessidade da ajuda contínua dos aliados e de pressão à Rússia, e apontam as falas e retóricas de Putin como um desinteresse diplomático.

Zelensky, que deve se reunir com Trump nesta sexta, reafirmou a necessidade de sanções a Moscou, parte central da campanha ocidental contra a agressão proferida por Moscou, mas que desde o retorno do republicano à Casa Branca foi interrompido.