Saiba quais medidas os chefes de Estado então tomando para o coronavírus

A atual situação do mundo trata-se de uma histeria ou a maior emergência de saúde dos últimos 70 anos? Algumas autoridades optaram por fazer declarações polêmicas a respeito do novo coronavírus (Covid-19), já outros veem o assunto como um dos mais importantes. O número global de infectados já atinge mais de 200 mil, e há quase 9 mil mortos. 

Confira abaixo algumas declarações dos chefes de Estado sobre o coronavírus e o que eles tem feito para conter a pandemia:

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos 

"Muitas pessoas vão pegar e é muito leve. Elas ficarão boas muito rapidamente. Não verão um médico, não vão nem ligar para um médico. Você nunca vai nem saber sobre estas pessoas. [...] Então, nós temos milhares ou centenas de milhares de pessoas que ficarão melhores só ao, sabe, ficarem sentadas e mesmo irem ao trabalho. Algumas delas vão ao trabalho, mas ficarão melhores", em entrevista à Fox News, em 5 de março.

Medidas: Com o aumento de número de mortes no país, Trump deixou para trás os discursos amenizadores e anunciou medidas mais agressivas para conter as crises social e econômica causadas pelo vírus: suspendeu a chegada de voos da Europa (com exceção do Reino Unido) por 30 dias, disponibilizou US$ 45,8 bilhões de financiamento extra para empresas, fez um acordo com varejistas para evitar desabastecimento das cidades e reduziu a taxa de referência de juros para a faixa de 0% e 0,25%.

Jair Bolsonaro, presidente do Brasil 

"A economia estava indo bem, mas esse vírus trouxe alguma histeria. Existem alguns governadores que, na minha opinião — e eu posso estar errado —, estão tomando medidas que vão prejudicar bastante nossa economia", em entrevista à Rádio Tupi em 17 de março.

Medidas: Apesar do tom de dúvida do presidente, o governo tem anunciado medidas sociais e econômicas para combater a crise. Na área da saúde, há o estímulo de quarentena para os cidadãos e a contratação de médicos em regime especial para auxiliar exclusivamente no combate à doença. Na economia, o governo deverá injetar R$ 150 bilhões em três meses. Entre as medidas anunciadas, estão antecipação do 13º e do abono salarial, adiamento de cobranças de empresas e liberação de R$ 5 bilhões de crédito para micro e pequenas empresas.

Angela Merkel, chanceler da Alemanha 

"Isso é sério, e nós devemos levar com seriedade. Não houve desafio maior para o nosso país desde a reunificação — não, desde a Segunda Guerra Mundial — que dependa tanto de trabalharmos juntos em solidariedade", pronunciamento feito em TV.

Medidas: A Alemanha tem adotado uma das políticas mais rígidas da Europa desde o começo da crise. Todos os locais de visitação pública, como museus e pontos turísticos, estão fechados desde a semana passada. A partir desta semana, todos os cafés e restaurantes devem fechar às 18h. Até então, o país apresentou uma das menores taxas de mortalidade da Europa: apenas 27 mortes dos cerca de 10 mil casos confirmados. Para a economia, a chanceler anunciou um pacote de investimento de 550 bilhões de euros, o maior desde a Segunda Guerra Mundial.

Emmanuel Macron, presidente da França

"Estamos em guerra, é uma guerra de saúde. É claro que não estamos lutando contra um exército ou outra nação, mas o inimigo está lá, invisível e avançando. E isso requer nossa mobilização geral.", pronunciamento oficial em 16 de março.

Medidas: Para evitar a falência das empresas francesas e o desabastecimento geral, o presidente francês anunciou, nesta semana, quarentena de 15 dias no país a partir da última terça (16), o fechamento das fronteiras por 30 dias e a suspensão das contas de água, luz e aluguel para empresas, além da construção de um novo hospital militar para tratar do vírus.

Xi Jiping, presidente da China

"[Coronavírus] é a maior emergência de saúde da China desde 1949.", discurso oficial em 23 de fevereiro.

Medidas: A China, país do paciente zero, foi também a primeira a adotar medidas de isolamento ao colocar Wuhan, província onde o vírus surgiu, em quarentena em 23 de janeiro. Em fevereiro, o país construiu um hospital exclusivamente voltado ao vírus, adotou medidas de isolamento nas outras regiões e proibiu aglomerações públicas. Atualmente, a China conseguiu controlar a disseminação do vírus, que apresenta apenas um novo caso de contaminação interna por dia desde a última terça (17).

Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido

"Não há argumentos para fechar escolas neste momento.", anúncio oficial em 16 de março.

Medidas: Após severas críticas, o primeiro-ministro britânico recuou na estratégia de não fechamento de escolas e locais públicos e aderiu à política de distanciamento social, já adotada em quase todos os países europeus. Além disso, o governo anunciou, na última terça (17), a injeção de 330 bilhões de libras esterlinas para ajudar a aquecer a economia inglesa.

Giuseppe Conte, primeiro-ministro da Itália

"Todos devem abrir mão de algo para proteger a saúde dos cidadãos. Hoje é o momento de responsabilidade. Não podemos baixar a guarda.", pronunciamento oficial em 9 de março.

Medidas: Com o avanço descontrolado do número de mortes, a Itália, país europeu mais afetado pelo vírus, declarou quarentena geral no dia 9 de março. Desde então, ninguém pode se deslocar de uma cidade para a outra, a não ser que seja por "necessidade de trabalho, motivos graves ou por comprovadas razões de saúde". Todos os eventos públicos ou privados que gerem aglomerações, como jogos de futebol, missas, casamentos e funerais, foram suspensos e os bares e restaurantes só podem ficar abertos até as 18h.

Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá

"Nós garantimos a você que, à medida que a situação evolui, nossa resposta também evoluirá enquanto o vírus continua a espalhar. Nós decidimos tomar passos cada vez mais agressivos para manter você e sua família seguros. Todos os canadenses devem ficar em casa o quanto for possível.", anúncio oficial em 16 de março.

Medidas: O exemplo da quarentena se deu na própria casa de Trudeau, visto que sua esposa, Sophie, foi diagnosticada com o vírus. Além do fechamento da fronteira com os Estados Unidos, o primeiro-ministro canadense anunciou ontem a injeção de 82 bilhões de dólares canadenses em medidas emergenciais. Entre elas, há o pagamento de um auxílio financeiro por 14 semanas a trabalhadores autônomos que tiveram de ficar em quarentena.

Hassan Rouhani, presidente do Irã

"Não deveríamos deixar que os Estados Unidos adicionem um vírus além do coronavírus, chamado pânico extremo." Declaração pública em 26 de fevereiro.

Medidas: O Irã é o terceiro país mais atingido pelo vírus, com quase 18 mil casos confirmados. O governo não tem sido transparente ao divulgar as ações de contingência em meio à escalada dos casos, mas anunciou o pedido de US$ 5 bilhões ao FMI (Fundo Monetário Internacional) para combater a crise. Além disso, o governo iraniano tem reclamado publicamente sobre as sanções comerciais impostas pelos Estados Unidos, que, segundo a imprensa oficial, prejudica no combate à doença.