Saiba quem é Celina Leão, governadora interina do Distrito Federal
Ministro do STF Alexandre de Moraes decidiu afastar chefe do Executivo por 90 dias
Foto: Divulgação/Assessoria de Imprensa de Ibaneis Rocha
A vice-governadora Celina Leão (PP) assume, nesta segunda-feira (9), o governo do Distrito Federal, após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinar o afastamento de Ibaneis Rocha do cargo por, inicialmente, 90 dias. A decisão é resultado dos ataques às sedes dos três poderes, em Brasília, no domingo (8).
Moraes declarou que as invasões ao Congresso Nacional, STF e Palácio do Planalto só podem ter tido a anuência do governo do DF, já que os preparativos para os atos de vandalismo eram conhecidos.
Vice-governadora que assume o governo nesta segunda, Celina Leão tem 45 anos, é natural de Goiânia, em Goiás, e é administradora. Antes da decisão de Moraes, a governadora interina se manifestou contra as invasões deste domingo. "Democracia não é a invasão e dilapidação do patrimônio público! Inadmissível a invasão aos poderes da República", afirmou. O governo do Distrito Federal não se pronunciou oficialmente sobre o assunto até a última atualização desta reportagem.
Celina Leão atuou como deputada no Distrito Federal por dois mandatos consecutivos, entre 2011 e 2019, pelo PDT. Ao ser reeleita, em 2015, a ex-parlamentar assumiu a presidência da Casa.
Antes de assumir o cargo de vice-governadora neste ano, ela atuou como deputada federal pelo DF, pelo PP, entre 2019 e 2022. A ex-parlamentar se licenciou do mandato por sete meses em 2020, quando assumiu a Secretaria de Esporte e Lazer do Distrito Federal, no primeiro mandato de Ibaneis.
Ela deixou a pasta para participar das eleições para a presidência da Câmara dos Deputados e foi uma das principais articuladoras da campanha de Arthur Lira (PP-AL), que venceu a disputa.
Corrupção
Em 2017, Celina e outros quatro deputados foram alvo da Operação Drácon, com uma denúncia do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) por corrupção passiva. Os promotores alegaram que os envolvidos teriam supostamente negociado propina em troca da liberação de R$ 30 milhões em emendas parlamentares para custear serviços de UTI.
Na denúncia, o Ministério Público afirmou que foi negociada uma propina de 10% (R$ 3 milhões) sobre o valor das emendas. As defesas dos réus negaram as acusações à época. Após a operação, a ex-parlamentar foi afastada da presidência da Câmara Legislativa. Em 2022, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou a suspensão da ação penal da Operação Drácon.