Saiba quem são os alvos da operação que investiga fraude no setor de mineração
Entre os presos estão delegado da PF, diretor da ANM, ex-secretários e dirigentes de órgãos ambientais

Foto: Reprodução I Divulgação/ANM I Clarissa Barçante/ALMG I Reprodução I Ricardo Barbosa/ALMG I Fábio Ortolan/ACMinas I Alexandre Netto/ALMG
A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (17), uma operação contra uma organização criminosa suspeita de fraudar licenças ambientais no setor de mineração em Minas Gerais. A ação cumpre 22 mandados de prisão temporária e 79 de busca e apreensão, além de ter resultado no bloqueio e sequestro de bens que somam R$ 1,5 bilhão.
Foram presos Alan Cavalcante do Nascimento, apontado como chefe do grupo; Caio Mario Seabra, diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM); João Alberto Paixão Lages, sócio de Alan e articulador do esquema; Rodrigo de Melo Teixeira, delegado da Polícia Federal em Minas Gerais suspeito de ser sócio de uma empresa beneficiada pelo esquema; Breno Esteves Lasmar, diretor-geral do Instituto Estadual de Florestas (IEF); Fernando Benício de Oliveira Paula, membro do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam); e Fernando Baliani da Silva, diretor de Gestão Regional da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam).
O inquérito, aberto em 2020, aponta que o grupo criminoso atuava para ampliar negócios no setor por meio da corrupção de agentes públicos. Foram identificados pagamentos de mais de R$ 3 milhões em propina a integrantes de órgãos como a ANM, Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), Instituto Estadual de Florestas (IEF) e Secretaria de Estado do Meio Ambiente de Minas Gerais. Alguns dos investigados teriam recebido mesadas para favorecer interesses da organização.
Entre os alvos também estão ex-secretários estaduais, conselheiros ambientais e outros dirigentes de órgãos públicos mineiros. Duas pessoas permanecem foragidas.
Em nota, a Agência Nacional de Mineração declarou: “A Agência Nacional de Mineração (ANM) tomou conhecimento, pela imprensa, de operação da Polícia Federal realizada nesta quarta-feira (17). Até o momento, não houve comunicação oficial à Agência sobre eventuais medidas envolvendo servidores ou dirigentes. A ANM reitera seu compromisso com a legalidade, a transparência e a colaboração com as autoridades, sempre que formalmente demandada, observando o devido processo legal e a continuidade dos serviços regulatórios.”