Saída do PL e crise com João Roma: Raissa Soares confirma candidatura ao governo da Bahia pelo PRTB em 2026
Médica afirmou que desavenças com o partido de Bolsonaro foram o motivo da decisão política
Foto: Marcos Corrêa/PR
A médica Raissa Soares, ex-candidata ao Senado pelo PL, está se articulando para mudar de partido e disputar o governo da Bahia nas eleições de 2026. Em entrevista ao Farol da Bahia, ela afirmou que faltam apenas “um ou dois ajustes” para finalizar o processo de migração para o PRTB, partido que ganhou visibilidade nacional após a candidatura de Pablo Marçal à Prefeitura de São Paulo, em 2024.
Segundo Raissa, o plano de governo para apresentar aos baianos já está pronto e a expectativa é formar uma frente forte com deputados estaduais e federais que representam a direita.
“A candidatura ao governo da Bahia é certa, ou tudo ou nada. Creio que consigo passar para o segundo turno, com boas alianças e com o apoio do povo”, afirmou.
“A próxima eleição será desafiadora e marcada por novas lideranças que a Bahia merece. Novos deputados federais e estaduais, com uma mentalidade voltada para facilitar a vida dos baianos. Temos chances reais de passar para o segundo turno e, assim, conquistar a primeira governadora da Bahia. Meu plano de governo já está pronto, simples, mas eficaz”, completou.
Ao ser questionada sobre a troca de legenda, mesmo após ter ganhado notoriedade ao defender as bandeiras do bolsonarismo nas eleições de 2022, Raissa demonstrou insatisfação com o PL na Bahia, sob a liderança de João Roma.
O sentimento foi agravado pelo fraco desempenho do PL nas urnas em 2024, quando a sigla conseguiu eleger apenas Jânio Natal (PL) como prefeito de Porto Seguro, no extremo sul do estado.
“Entregamos o PL da Bahia antes de Roma com 20 prefeitos, sendo um desses o que eu apoiei em Porto Seguro em 2020. [...] Hoje, o PL tem apenas um prefeito eleito”, disparou.
Outro motivo citado por Raissa como determinante para a decisão de mudar de legenda foi um movimento de rejeição interna dentro do PL na Bahia, atribuído diretamente ao presidente estadual da sigla.
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A médica afirmou ainda que João Roma tenta apagá-la, minimizando os resultados obtidos por ela nas urnas na última eleição em que participou.
“Dentro do partido há uma pessoa que tenta tapar o sol com a peneira, esconder a votação que tive e alardear que estou morta. Os meus 1.057.085 votos estão mais vivos que nunca. Aliás, renderam muito. As pesquisas mostram um aumento dos 14% que tive na eleição passada, mais uns 10%, perfazendo quase 24%”, desabafou.
Eduardo Bolsonaro, traição e crise interna
Raissa Soares também relembrou as críticas feitas pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que a acusou, no final do ano passado, de realizar repasses financeiros a empresas ligadas a uma apresentadora de rádio que costumava criticar publicamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo ela, essa manobra do filho de Bolsonaro faz parte do mesmo jogo de João Roma e não passa de um “ato de traição severo”.
“O que Eduardo fez foi induzido por essa política de matar Raissa no partido, criando factoides, fuxicos e, a todo momento, querendo por algum motivo manchar minha imagem junto à opinião pública e ao meu eleitorado. O que eles fizeram, pelo menos no meu meio, chama-se ato de traição severo”, afirmou.
Para Raissa, há uma crise interna no partido porque todos precisam fazer sacrifícios para agradar ao grupo de liderança, que inclui o próprio João Roma.
“Somos desprezados por motivos qualquer, mesmo fazendo todos os tipos de sacrifícios para que eles fiquem agradados. Se ele [João Roma] quer ficar sozinho manipulando e cooptando todos dentro do partido, usando seu poder de barganha e ameaçando sobre vídeos com o Bolsonaro, então fique. Quanto a mim, já virei a página desse atraso mental político”, concluiu.
