Salvador é a capital do Brasil com os piores índices de pobreza, violência e desemprego, aponta pesquisa

Salvador é a capital do Brasil com os piores índices de renda, emprego e segurança pública. É isso que indica o Mapa das Desigualdades entre as Capitais, divulgado nesta terça-feira (26), pelo Instituto Cidades Sustentáveis (ICS), entidade que realizou a comparação entre as 26 capitais estaduais.

O estudo, que utiliza dados públicos, mostra que Salvador fica no fim da lista em diversas categorias, como PIB per capita, desnutrição infantil, população abaixo da linha da pobreza, taxa de desocupação e jovens vítimas de homicídio, entre outros.

"Lamentavelmente, Salvador tem chamado atenção por índices ruins, mesmo sendo governada por gestões que supostamente investem mais em questões sociais. A cidade tem regiões onde a pobreza é alta e os níveis de moradia e saúde são muito precários, o que alimenta distúrbios como a violência urbana. Isso reduz perspectivas de futuro e cria um ciclo perverso", comenta o coordenador-geral do Instituto Cidades Sustentáveis, Jorge Abrahão.

Pobreza e desnutrição

Segundo o relatório, a capital baiana chega a ter dez vezes mais pessoas abaixo da linha da pobreza em relação a outras capitais do país. A título de comparação, Salvador tem 11,15% da população vivendo com US$ 1,90 por dia, enquanto Florianópolis (SC), líder do quesito, tem 1,10% dos habitantes nessa faixa de renda.

Além disso, dados do Sistema Único de Saúde (SUS) mostram que 4,03% das crianças soteropolitanas de até cinco anos estavam desnutridas em 2021, ano do dado mais recente. Teresina, no Piauí, que lidera o quesito nacionalmente, tem 0,44% do público infantil nessa condição.

Desemprego e violência

A cidade baiana destaca-se negativamente também quando o assunto é emprego, já que, segundo o levantamento, 16,7% da população acima de 14 anos está desempregada. Do outro lado da tabela, Campo Grande (MS) conta com 3,4% da população nessa condição.

Por fim, os índices de violência também colocam Salvador entre as capitais com taxas mais altas. Em 2021, a cidade teve a segunda maior taxa de homicídios, ficando atrás apenas de Macapá (AP), e a maior taxa de homicídios de jovens, entre 15 e 29 anos, chegando a 332,75 por 100 mil habitantes. Comparativamente, São Paulo teve uma taxa de 7,6 no mesmo período.