Saraiva passará por sucessão forçada provocada por desentendimento entre sócios e credores
As dívidas da varejista, hoje com 73 lojas, somam R$ 675 milhões
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Desentendimentos entre acionistas da rede Saraiva provocaram o movimento de profissionalização forçada do comando. Um novo Chefe Executivo - que não faz parte da família controladora - assumirá a nova gestão, conforme exigiram os credores. Tal medida faz parte do seu plano de recuperação judicial, que tem levado desentendimentos entre minoritários e controladores.
No mês de agosto, um novo plano de retomada das atividades foi aprovado após quatro versões extensas de negociações apresentadas pelos credores. Entre os nomes indicados para assumir a nova gestão estão Arthur Negri (ex-Hering e ex-Fnac), Luis Mario Bilenky (ex-Fleury e ex-McDonald’s), Luiz Elisio Melo (ex-GPA e ex-Renner) e Victor Serra (ex-Walmart e ex-United Healthy). Destes, avaliados como nomes mais fortes são: Melo e Negri.
As dívidas da varejista, hoje com 73 lojas, somam R$ 675 milhões. Antigamente a empresa contava com 100 estabelecimentos.
Os sócios entendem que a situação exige medidas urgentes e apoiam a saída de Jorge Saraiva Neto. A expectativa é que o novo conselho seja eleito até o início de dezembro, após a assembleia de acionistas.
O desentendimento entre a família e minoritários são frutos das divergências tomadas durante o processo de recuperação da rede e da "má gestão". Os sócios discordam das condições do aumento de capital e do crescimento do poder do conselho, onde, entre os minoritários mais críticos estão Maria Cecília Saraiva Gonçalves, com 4,74% das ações ordinárias, filha de Ruy Gonçalves, ex-diretor da rede, e os acionistas José Cláudio Pagano, com 6,8% das ONs, e Fabio Salim Mansur.