Saul Klein, filho de fundador da Casas Bahia, é acusado de abuso sexual por 14 mulheres

Pelo menos 14 mulheres denunciaram terem sido vítimas de abuso sexual por Saul Klein, empresário do filho do fundador da Casas Bahia. De acordo com os relatos, as mulheres eram contratadas inicialmente como modelo através de uma agência, mas só depois descobriam que seriam requisitadas para outros serviços.

Crimes de estupro, favorecimento de exploração sexual, tráfico de pessoas e lesão corporal são alguns dos crimes citados pelas mulheres. A ação responsável por recrutar as moças, que ficam dias em uma mansão à disposição de Saul, envolvia agentes, motoristas e até médicos que as atendiam.

Cinco das jovens abriram detalhes sobre os abusos que sofriam para o Uol, além de darem depoimentos exclusivos para o documentário “Saul Klein e o Império dos Abusos”, que estreou na última terça-feira, 29. Acredita-se que o herdeiro da Casas Bahia também herdou o histórico de abusos de seu pai, acusado dos mesmos crimes.

As vítimas buscaram o Projeto Justiceiras, em que receberam apoio jurídico, médico, psicológico e socioassistencial através de profissionais voluntários. As advogadas Priscila Pamela dos Santos e Maíra Recchia estão à frente da defesa das mulheres. “Todos os casos que envolvem crimes contra as mulheres são chocantes. Por que é que esse acaba entrando numa vala que não choca tanto? As mulheres, os homens, toda a comunidade? Como esse caso, que revela tanta agressividade, tamanha desumanização de mulheres, não choca? Justamente porque envolve a prestação de serviço sexual", afirma a criminalista à Migalhas.

André Boiani, advogado criminalista que representa Saul Klein, diz que a relação do empresário com as meninas acontecia de forma consensual e que aconteciam de forma escondida para evitar julgamentos morais. O processo corre em segredo de justiça e deve ser levado em breve ao Judiciário.