“Se o Lula sinalizar pra mim", diz Bolsonaro sobre negociar tarifa com Trump

Ex-presidente afirma que presidente americano defende a liberdade de expressão

Por Stephanie Ferreira
Ás

Atualizado
“Se o Lula sinalizar pra mim", diz Bolsonaro sobre negociar tarifa com Trump

Foto: Ton Molina/STF

BRASÍLIA - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira (17) que estaria disposto a negociar com o governo dos Estados Unidos as tarifas impostas por Donald Trump a produtos brasileiros. Segundo ele, a abertura para um diálogo depende de um gesto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da devolução de seu passaporte, atualmente retido pela Polícia Federal (PF).

“Se o Lula sinalizar pra mim, que eu sei que não é ele quem entrega o passaporte, eu posso conversar com o Trump. (…) Quem se recusar ao diálogo vai pagar caro”, disse Bolsonaro ao demonstrar confiança em ter sucesso numa audiência com o presidente americano. Ele também citou que empresários estão retirando investimentos do Brasil devido a uma “instabilidade jurídica”.

Durante a coletiva,  mencionou críticas feitas por Luiz Inácio Lula da Silva ao ex-presidente norte-americano e declarou que Trump defende a liberdade de expressão e democracia.

Questionado sobre o posicionamento do Congresso, Bolsonaro ressaltou que não vê ataque à soberania nacional no cenário atual e que o Brasil se tornaria dependente da China. “Não tem ataque à soberania nacional. Brasil não tá deixando de ser soberano economicamente. Vamos ter um único parceiro que indica que vai ser a China. A China impõe as regras aqui dentro.”

Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos
Bolsonaro afirmou que seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, continuará atuando nos Estados Unidos. Disse que ele tem “portas abertas na Casa Branca” mantém diálogo com parlamentares norte-americanos e “trabalha pela nossa liberdade lá”. O ex-presidente declarou que Eduardo atua também em defesa da liberdade de imprensa e mencionou o risco de jornalistas serem punidos por publicarem matérias que desagradem determinadas autoridades.

Apoio de partidos do Centro

Ao falar sobre articulações internas, Bolsonaro afirmou que conversa com partidos do centro político e disse que “eles têm consciência do que está acontecendo comigo”. Declarou ainda que acredita no retorno da direita ao poder e que, em suas viagens pelo país, é bem recebido por apoiadores.

Possível prisão
Questionado sobre a possibilidade de pedir prisão domiciliar em caso de condenação, Bolsonaro negou qualquer negociação. “Não peço nada, eu sou inocente”, afirmou. Disse ainda que não considera a hipótese de prisão como parte de seu planejamento político.

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