Secretaria da Justiça de SP abre processo para investigar Ana Paula Minerato após vazamento de áudio com falas racistas
Ex-musa da Gaviões da Fiel pode ser multada; valor da penalidade varia de R$ 17.680 a R$ 106.080
Foto: Reprodução/Redes Sociais
A Secretaria da Justiça e Cidadania de São Paulo abriu um procedimento administrativo, na segunda-feira (25), para investigar o vazamento de um áudio com ataques racistas atribuídos à modelo Ana Paula Minerato.
Conforme a pasta, o processo foi aberto pela Ouvidoria da Coordenadoria de Políticas para a População Negra (CPPN), que "notificará as partes envolvidas, garantindo o direito de apresentação de defesa preliminar".
O procedimento pode gerar de uma advertência a uma multa, que varia do valor de R$ 17.680,00 a R$ 106.080,00, caso o crime seja confirmado.
No áudio, Paula Minerato conversa com o namorado, o rapper KT, sobre a cantora negra Ananda, da banda Melanina Carioca, vítima dos ataques, e usa termos pejorativos para se referir ao cabelo e pele da artista.
"Empregada do cabelo duro. Você gosta de cabelo duro? Não sabia que você gostava de mina com cabelo duro. Você gosta de mina com cabelo duro? Cabelo duro você gosta? Você gosta de mina de cabelo duro, de neguinha? Você gosta de neguinha? Porque isso aí é neguinha, né. Alguém ali o pai ou a mãe veio da África", diz no áudio.
No ano de 2022, Paula Minerato desfilou pela Gaviões da Fiel, do Grupo Especial, quando o samba-enredo da escola abordou a desigualdade social. A escravidão no Brasil foi um dos assuntos citados na letra, que discutia o papel dos senhores de engenho.
Após o áudio vir à tona, a Gaviões da Fiel desligou Ana Paula de todas as atividades da escola de samba. A rádio Band FM, onde a modelo apresentava um programa diário desde 2018, a demitiu.