Segundo estudo, pobreza na Venezuela se manteve acima de 50% em 2023
A desigualdade entre os 10% mais ricos e os 10% mais pobres é de quase 35 vezes

Foto: Marcello Casal/Agência Brasil
Em 2023, mais da metade da população da Venezuela ainda vivia na pobreza, em um contexto de desigualdade de renda e enfraquecimento dos efeitos de uma morna recuperação econômica, conforme a pesquisa de um instituto universitário.
A Pesquisa Nacional de Condições de Vida (Encovi), publicada na última quarta-feira (13) pelo Instituto de Pesquisas Sociais da Universidade Católica Andrés Bello (UCAB), informou que 51,9% da população do país continuou na extrema pobreza em comparação com o ano passado.
Durante anos de colapso econômico e elevada inflação que levaram sete milhões de pessoas a abandonarem o país, houve uma leve recuperação econômica, mas a quantidade de pobres não foi substancialmente reduzida. Em 2022, a pobreza multidimensional, refletia o nível de renda, acesso a serviços, educação e saúde, foi de 50,5%.
Segundo as pesquisas, a melhora só desacelerou no ano passado e menos famílias conseguiram sair da pobreza, apesar da existência de alguns programas sociais de transferência de renda e distribuição de comida.
Os Analistas apontam que a dolarização informal e as desregulamentações não foram suficientes para a recuperação total da economia no país e a política ortodoxa para conter os gastos públicos teve que controlar o aumento dos preços, porém não é sustentável.
A inflação anualizada em fevereiro foi de 75,91%.
As desigualdades de renda continuam na Venezuela. A diferença entre os 10% mais ricos e os 10% mais pobres é de quase 35 vezes. A renda per capita do extrato mais pobre é de 10 dólares por mês. Do mais alto, é de 347,2 dólares, segundo a Encovi.